Onze por cento (por Mauro Jácome)

 

Depois do empate contra o Sport, li algumas manifestações de torcedores irritados com o jogo lá em Recife.

Ora, camaradas tricolores, não vamos ser mais realistas que o Rei.

Em virtude do que o time fez neste ano, impossível jogar mais do que estão jogando.

Ontem, também fiquei irritado, xinguei, mas compreendi. Agora, o momento é de relaxar, time e torcida, curtir o título e aguardar as férias. Já era. Quem viu, viu; quem não viu, perdeu, playboy. Para reforçar minha tese, fui atrás dos números dos três campeonatos que o Fluminense disputou em 2012: Carioca, Libertadores e Brasileiro. No torneio local, foram 13 vitórias (incluídas as do Torneio Luís Penido. Por que não?), 3 empates e 5 derrotas, sendo 3 no desprezado segundo turno. No torneio continental, foram 6 vitórias, 2 empates e 2 derrotas. Uma para o Boca Juniors, no Engenhão, e com a classificação já garantida para as oitavas de final. Neste Brasileiro, o Fluminense conseguiu 22 vitórias, 11 empates e 4 derrotas. Perdeu 3 no campeonato vivo e uma no morto.

O que posso concluir disso: das 11 derrotas no ano, 5 podem ser descontadas do lastro que o time havia acumulado ao longo das competições. Sendo assim, sobraram quantas? Deixem-me ver: quantas  laranjas sobram se eu tirar cinco de um cesto com onze? 1, 2, 3, 4, 5, 6. Seis. Seis derrotas em quantos jogos? Mais contas: considerando somente os jogos que valiam alguma coisa, temos: 8 pela Libertados (descontei os dois últimos jogos da fase de classificação), 11 pelo Carioca (descontei o segundo turno completo, inclusive o Torneio de Consolação) e 35 pelo Brasileiro até o jogo contra o Palmeiras. Seis derrotas em 54 jogos em que o Fluminense jogou à vera. 11%. Somente onze por cento! Vocês imaginam o que isso representa? Isso é menos do que a intenção de voto no Serra! Brincadeira. Não chega a tanto.

Depois desse malabarismo matemático, chego à conclusão de que tenho mais é que aplaudir esse time. Não posso concordar com parte da torcida que ainda exige que esse time faça mais alguma coisa. E ainda dou um conselho: se não estiver com o espírito relaxado, não gaste dinheiro com o ingresso para o derradeiro jogo ou nem ligue a TV. Certamente, vou ficar irritado se o time não ganhar do Vasco, mas vou entender e em nada mudará meu espírito hentricontacampeão carioca (*) e tetracampeão brasileiro. Vamos comemorar!

(*) Trinta e uma vezes. Achei isso no Google!

7 de acréscimo

1’  se o Nem estivesse em campo, o Fluminense ganharia o jogo;

2’  eu não gostava do Samuel, mas ele é importante para recuperar o ânimo do time;

3’  três bolas em cima da linha e três defesas salvadoras do Cavalieri: esse é o Fluminense!

4’  Abel, mande o Thiago Neves treinar passes e só o deixe ir para casa depois que acertar um consecutivo;

5’  Gum e Elivélton. Já que o Abel insiste em afirmar que não precisamos de mais um zagueiro (nem parece que foi um!), testaria essa dupla outras vezes;

6’ Ponte Preta, Atlético-PR, Criciúma, Goiás, Vitória, Náutico, Coritiba, Bahia, Náutico: será que ninguém está precisando, por empréstimo, de um atacante veloz, bem baixinho, marrento, mas com futuro promissor?

7’  vendo o jogo entre Vasco e Flamengo, concluí: se o Fluminense tivesse jogado o campeonato todo com o time reserva, mesmo assim, chegaria à frente deles.

Mauro Jácome

Panorama Tricolor/ FluNews

@PanoramaTri

Contato: Vitor Franklin

Revisão prévia: Rosa Jácome