Observações (por Marcelo Vivone)

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Quarta-feira, realizamos uma partida tranquila. O Fluminense dominou do início ao fim, apenas com 5 ou 10 minutos de sono no final do 1º tempo.

Impusemo-nos como deve fazer um time grande quando enfrenta um chamado pequeno. Pressionamos a saída de bola do adversário e marcamos o primeiro gol com poucos minutos de jogo. Aos 24 já estava 3 a 0 e a fatura liquidada.

Aí veio o relaxamento de todo o time, o que é mais do que normal e compreensível. Renato Gaúcho está mais do que certo de dar uma chamada no vestiário, mas a diminuição do ritmo é até natural.

Veio o segundo tempo e voltamos a ter domínio do jogo. Faltou alguma experiência em segurar mais a bola. O time pareceu querer enfiar uma goleada histórica no adversário e esqueceu-se de proteger-se atrás. O resultado disso foi que sofremos alguns lances perigosos e desnecessários. A situação voltou a estar totalmente sob controle com a entrada de Wagner.

Mesmo tendo sido um jogo que pouco exigiu, valeu para ver a desenvoltura com que atacamos e, principalmente, para fazer algumas constatações defensivas.

A primeira delas é em relação ao Valência ou a quem quer que seja o homem de contenção do meio de campo. O que se percebe a cada jogo em que esse homem não está em campo é que ele é fundamental no nosso time de hoje.

No futebol de hoje, acho que sou um dos poucos admiradores do futebol que preferia vê-lo sem a figura desse tal jogador, que está em campo muito mais para desarmar, matar uma jogada, do que para criá-la e ajudar o time a atacar. Mas, com a fragilidade da nossa linha de 4 da defesa, não dá para imaginar o nosso meio de campo sem essa figura. Hoje, Valência tem que ser titular absoluto desse time. Não dá para compor a parte defensiva da nossa “meiúca” com Diguinho e Jean.

Outra constatação defensiva é em relação às bolas aéreas defensivas. Como marcamos mal essa jogada. Como nossos jogadores se posicionam mal nessa situação de jogo. Cada bola alçada na área se transforma instantaneamente em perigo de gol. Seja na marcação de nossos zagueiros ou de qualquer outro jogador é difícil levarmos vantagem.

É mais do que sabido, escrito e falado que precisamos com muita urgência de zagueiros. Quem já leu alguma coluna minha sabe que eu sou, há anos, um dos que mais anseia e exige a contratação de jogadores de nível para posição. Jogadores que cheguem para ser titulares. Mas, infelizmente, para o carioca, não existe mais essa possibilidade. Então, é fundamental que o treinamento para quem está hoje lá seja intensificado em relação a essa grande fragilidade da nossa defesa.

Como sempre falo mal do Bruno, é justo que dedique um espaço para comentar o golaço que ele marcou no último jogo. Uma pintura de gol, que uniu velocidade, explosão, raciocínio, técnica e tranquilidade. Uma surpresa para mim, principalmente pelo componente raciocínio, já que nosso lateral costuma a escolher a pior das opções que para definir as jogadas. Notei também que Bruno acertou alguns cruzamentos ao longo da partida, coisa que costuma a ser raro em suas atuações. Torço para que Bruno esteja crescendo em sua profissão e que seja a solução caseira para o problema que temos nessa posição desde a saída de Mariano. É aguardar os próximos jogos para ver.

Por fim, gostaria de falar do ataque. É certo que a marcação da Friburguense estava muito frouxa, principalmente, nos primeiros 30 minutos da partida. Mas, sem a presença do atualmente estático Fred, nosso ataque pareceu flutuar com facilidade, numa constante e rápida troca de posições. Se não há dúvidas de que a pouca mobilidade de Rafael Sobis faz “mal” ao nosso capitão, quando esses formam a dupla de ataque (e até por isso Biro Biro vem sendo o titular desse setor ao lado de Fred, com o recuo de Sobis), fiquei com a impressão de ser uma via de duas mãos: Fred, do jeito que joga hoje, também está prejudicando o nosso ataque.

Panorama Tricolor

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Foto: globoesporte.com