O Rei Roberto Carlos nas Laranjeiras (por Paulo Rocha)

Morei em Laranjeiras durante quase toda a minha infância e tenho inúmeras lembranças de quando fui sócio e frequentei as dependências do Fluminense FC. Os treinos aos quais assisti, as peladas que joguei, as braçadas na piscina, as tardes-noites de domingo no Sorvete Dançante, em cima do Bar do Tênis. Doces passagens que me fizeram ainda mais tricolor.

Há uma lembrança, contudo, que difere um pouco das outras. E ela me veio à memória quando, durante nossa atual obrigatória quarentena, assisti a um antigo especial de Roberto Carlos na TV ao lado de minha esposa. Foi a do show que fui com minha saudosa mãe no ginásio do clube – que ostenta atualmente o nome de João Coelho Neto, o Preguinho.

O show do Rei nas Laranjeiras ocorreu durante a gestão de Francisco Horta – e poderia ser outro a trazer astro de tal grandeza à sede das Laranjeiras? Aliás, este show é citado pelo meu amigo e genial escritor Marcos Eduardo Neves na sua biografia de Horta, “O Maquinista”, livro que não canso de reler e tenho o orgulho de possuir um exemplar autografado, com carinhosa dedicatória.

O ginásio (no qual tantas vezes brinquei o carnaval e foi palco de alguns de meus primeiros beijos durante os bailes, fossem matinês ou noturnos) estava lotado. Mas minha mãe, que amava música e era fã incondicional de Roberto Carlos, não se intimidava com isso. Galgamos o mezanino e assistimos lá de cima a uma apresentação antológica do Rei.

Uma doce nostalgia. Minha mãe, as Laranjeiras, o Rei Roberto Carlos…um tempo que ficou na memória afetiva para sempre e agora, quase 50 anos depois, tenho o prazer de dividir com os leitores deste espaço. Pois para mim, o Fluminense foi – e é – muito mais do que esporte. É um pedaço da minha vida. Saúde a todos, fique em casa quem puder. E que Deus nos abençoe.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade