O mocotó da vitória no Maracanã (por Didu Nogueira)

Tudo começa com o mocotó maravilhoso que Cesinha e Mari fizeram no dia 1° e, como tinha “sobrado” ingresso, insistimos para que Arnaldo nos acompanhasse ao Maraca. Já no Hostel do Fagundes com o casal e a ausência de Bigu e Parada, que até agora não se explicaram, Arnaldo surge no traje de gala 15 anos depois de sua última ida ao Mario Filho no Maracanazzo tricolor.

Nada que importasse pois a confiança era boa, assim como é o time.

O Marcelão, que é médico a exemplo do Cesinha e do Arnaldo, e aqui mais do que vênia, peço aos companheiros uma receita de um tranqüilizante, já estava beirando ao desespero por volta do meio dia. Depois o Cotinha Ostentação me liga oferecendo um ingresso para um tal camarote, do qual agradecidamente declino por já ter o meu, posta uma foto no Julio Bueno sua pulseira que, apesar do patrocínio estampado, mais parecia um ingresso vip num convescote de baile funk na quadra dos Decididos de Quintino, valorosa agremiação carnavalesca, que como tantas outras se rendeu ao baticum desprezível.

Não dá mais pra ficar mais de duas horas de pé assistindo o jogo e por isso entramos uma hora e pouco antes, pra achar aquele curralzinho pra nosso conforto e assistirmos sentados ao match.

Jogo duro, os caras batendo pra caralho e me pareceu com a conivência do juiz nos primeiros instantes. Mas na verdade, o River nos marcou muito bem, invariavelmente com um na sobra e assim não podemos mostrar nosso melhor jogo. Perdemos quase todas as divididas. Daí Cano, sempre Cano. Eu, que tenho como maior ídolo Flávio Minuano, e em seguida Fred, acho difícil aos 61 anos ter um terceiro centroavante como igualmente ídolo diferente desse, cujo nome é gol.

Felipe Melo, com seu posicionamento e lançamentos quase dignos de dois monstros tricolores como Gerson e Rivelino, foi impecável. André, que tenho achado levemente dando toquinhos a mais, é fruto dessa fábrica de talentos de meio campo, que tem no menino Alexsander um outro de grande futuro, assim como Martinelli e tantos outros.

O segundo gol do Cano nasce de uma jogada do Marcelo que acerta na primeira, erra na segunda e recupera a bola no campo do adversário, num carrinho espetacular e tudo isso aos 35, 36 anos e, a partir daí a jogada é reformulada: vai pro lado direito e numa tacada de sinuca, o Ganso “PQP, quando teremos um outro jogador com essa visão extraordinária?” dá um passe pro Samuel Xavier, que entrega ao artilheiro do mundo para balançar as redes portenhas.

No mais, quando conseguimos, e em parte isso se deve à expulsão do valente desenvolver nosso jogo, virou goleada.

Longe de ser um matemático, acho que com mais um ponto passamos à segunda fase. Vamos brigar pelos outros nove pra, quem sabe, decidirmos os jogos eliminatórios em casa.

Segundo o dicionário que vi aqui na internet:

Ária: série de notas que constituem um canto. 2. Peça de música para uma só voz.
Árias: 2 vezes a definição.
Jhon Arias: Ópera.