O mecanismo de esconder jogadores da base: jabaculê? (por Wagner Victer)

Algum tempo atrás, todos os tricolores devem se lembrar da vontade que existia da atual Direção em emprestar ou doar André para algum clube, pois parecia que ele já incomodava o grande titular Hudson.

O assunto de forma ocasional não prosperou, pois André entrou em um Fla x Flu por mero acaso, em função jogadores contundidos e com COVID, e acabou fazendo um gol, expondo positivamente ele à torcida do Fluminense, já que muitos não o conheciam.

O fato é que cada vez fica mais notório que existe um perverso “mecanismo” para esconder jogadores da base do Fluminense da torcida, para depois vendê-los na bacia das almas enquanto são trazidas barangas e jogadores velhos, em possíveis acordos estranhos com empresários e gastando fortuna do Fluminense.

O caso mais recente e assustador é o empréstimo de Jefté a um desconhecido time do Chipre, sendo que ele nunca teve oportunidade no time de cima, apesar de ter jogado em seleções da base e ser o capitão do time em sua categoria. Enquanto isso, algumas barangas foram trazidas nos últimos anos para essa posição, tais como Orinho, Barcellos, Egídio, Cris Mondalvia, Jorge, Pneida e mais recentemente um tal de Diogo Barbosa, que foi esculachado pela torcida do Grêmio.

O caso de Luan Brito muitos se esqueceram: foi encostado em um time de “terceira” de Portugal e ninguém fala mais nele.

Wallace, que teve sempre um excelente desempenho, na base foi empurrado para o interior. Primeiro para o CRB e agora no inexpressivo ABC, enquanto trazemos os jogadores de empresários que sequer podemos definir sua qualidade.

Outro lateral, Marcos Pedro e o zagueiro Luan Freitas, estão indo para times de baixíssima expressão e sequer com cláusulas que obriguem sua exposição e dando a pretensa chamada “rodagem” que tanto falam.

Agora vem o caso do Edinho, jogador de bastante talento, que teve até um bom desempenho em outros clubes, que é emprestado para o inexpressivo CSA, enquanto trazemos o famoso Lobisomem, Tiago Santos, também escorraçado no Grêmio.

Não satisfeitos, também agora estão emprestando o Abner para outro time inexpressivo, que também não sei sequer o nome. Aliás, posso até estar trocando essa quantidade de clubes, que nitidamente demonstram ser algo que não tem qualquer explicação.

O fato é que essas transferências transparecem possíveis “operações pontes” para que se desvalorizem e não se apresentem à torcida. Essa operação faz com que certamente não sejam valorizados, para que possam ser negociados a qualquer momento. Isso sem falar que possivelmente muitos desses jogadores são dados com “exclusividade de negociação” para empresários, como pode ser visto no “Portau” de transparência. Nessas operações futuras, sequer são consideradas as multas contratuais, que são anunciadas em grande valor, mas que são cuspidas na cara do torcedor tricolor quando constatamos lpos rodagem .

Enquanto isso a mulambada, com muito mais recursos financeiros e trazendo jogadores estrelares, consegue dar mais oportunidades a jogadores da sua base no time principal que o próprio Fluminense, pois obviamente tem a inteligente estratégia de, além de ter resultado esportivo, fazer boas negociações futuras. Enquanto isso, os mágicos do Fluminense não conseguem compreender ou conseguem, sim, realizar tais operações.

Na mesma esteira do mecanismo, trazemos jogadores jovens ligados a empresários que sequer têm o talento dos garotos de Xerém que estão emprestados, tais como Pirani e Giovani. Ao mesmo tempo que escondemos jogadores geniais com desempenho fantástico na base, como Artur que, aliás, possivelmente será anunciado em breve como mais uma negociação ou algum empréstimo com valores baixos de realização.

O mais estranho é que grande parte da torcida do Fluminense, em especial os jovens, não conseguem observar esse mecanismo, que fica muito claro pela sequência como se realiza. Esse mecanismo se transforma em muita incompetência, leniência em relação ao nosso patrimônio, já que aqueles que formamos em Xerém fazem parte do nosso patrimônio, ou movimentos com forte cheiro de jabaculê.

Os discursos são sempre os mesmos: “Vamos dar rodagem!”, “Vamos colocar para jogar para dar experiência” e citam sempre o raro exemplo do Wellington Nem, como se fosse um grande paradigma dessa atual gestão.

A cortina de fumaça não para de ser lançada a cada dia. Enquanto isso temos o esquecimento do voto on line, já consagrado em outros clubes onde se tem uma maior participação democrática de torcedores que não é mais discutida, até porque quem sabe no futuro iremos despertar com mais uma notícia nos sites de plantão, dizendo a constituição de alguma SAF em função da metástase financeira que nos encontramos, que venha assumir o Fluminense deixando o passivo com os atuais sócios proprietários e, quem sabe, escolhendo os futuros membros da atual “jestão” para tocar essa SAF.