O legado de Celso Barros (por Marcelo Diniz)

Realmente a passagem do nosso querido Celso Barros foi um baque muito grande naquele tricolor que verdadeiramente entende o que
Celso foi uma figura fundamental na reconstrução do Fluminense lá no início de 1999, quando o clube estava arrasado nas profundezas da terceira divisão.

Junto com outras figuras importantíssimas nesse processo como Manoel Schwartz, Francisco Horta, David Fischel, José de Souza e Carlos Alberto Parreira, o então representante da Patrocinadora, Celso Barros recomeçaram praticamente do zero e impulsionaram o Fluminense de volta para a elite do futebol brasileiro, que é seu lugar.

Celso Barros sempre de personalidade forte, decidida e com muito pulso forte se colocou à frente do Futebol e muitas vezes foi decisivo na contratação de grandes estrelas, que aliás adoravam seu jeito brincalhão, irreverente, mas de muita sinceridade.

O olhar do Celso não admitia o Fluminense conformado com sexto ou sétimos lugares no Brasileirão, não se conformava em ver o Fluminense fora da disputa de uma Libertadores ou uma Sul-americana. O Fluminense voltou ao cenário internacional. Em 2008 fizemos uma campanha fantástica com um time que encantou a américa do sul. Chegamos nos meses de agosto e setembro figurarmos no topo mundial pela IFFS, éramos o melhor time do planeta naqueles dois meses.

Celso junto com aqueles que citei antes e nisso incluo também o Roberto Horcades, tirou o Fluminense dos porões do futebol brasileiro onde foi irresponsavelmente posto, para ser o maior clube do mundo naquele momento. Infelizmente veio a grande decepção da perda da Libertadores e ficou uma grande depressão, pois sabemos que foi muito cruel a forma que perdemos.

De qualquer forma Celso sempre nos brindou com craques, excelentes contratações. O Fluminense era temido, todos sabiam da força do Flu no mercado.

Se quiséssemos um jogador? A Unimed ia lá e trazia, com boné e tudo!

Enfim, tudo isso mostra que o Fluminense é gigantesco. O Fluminense quando é movido na paixão e na vontade de vencer, ele consegue.

Celso ao contrário das gestões sucessoras pós 2011, agregou, somou ao Fluminense.

O falecimento de Celso pode ser muito simbólico, será que traz o fim do clube associativo?

Pode ser o fim da última era gigantesca do clube, o último suspiro de protagonismo de verdade no futebol brasileiro, porque pós Unimed, Pós Celso, o Fluminense se transformou em clube que adota o discurso do coitadismo, da mediocridade e não somos mais protagonistas, mesmo vencendo pela primeira vez a Libertadores em 2023.

Vivemos tempos sombrios em relação ao futuro do nosso Fluminense.

Se a SAF alardeada se concretizar, assistiremos o fim do amado Fluminense Football Club, fim de um sonho, fim do clube mais perfeito que já existiu em todo planeta.

Surgirá um Fluminense SAF com donos, clube com interesses que não coadunam com a imensa torcida do Football Club.

Obrigado, Celso!

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