O Fluminense será bicampeão mundial? (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, a pergunta que já começa a dominar nossas mentes e nossos corações cobra respostas. O Fluminense pode ganhar o Mundial? A resposta é fácil, mas não se enganem, o raciocínio por trás dela é cheio de facetas. Sim, o Fluminense pode ganhar o Mundial. E a razão também é simples: podemos ganhar porque vamos disputar. Para tal, precisaremos vencer duas partidas. A partir daí vêm as tais facetas.

A tendência é de que enfrentemos equipes economicamente poderosas, recheadas de grandes nomes e que, como vem contando a história, se posicionarão como favoritas diante de nós. A questão é o que temos para relativizar isso. Temos jogadores em nível de Seleção Brasileira, um técnico que é capaz de reinventar a história e uma camisa capaz de quebrar uma balança.

O primeiro passo para tal conquista consiste em desejá-la ardentemente, assim como desejamos a Libertadores, conquistada aos trancos e barrancos, superando nossos erros com a ajuda dos Deuses e da predestinação que criamos com nossas mentes poderosas. Para ganhar o Mundial, precisaremos tirar da equação os “trancos e barrancos” e os “nossos erros”.

Temos, para isso, cinco jogos pelo Campeonato Brasileiro, uma verdadeira preparação de luxo. O desafio, já contra o São Paulo, será o de começar a recuperar a essência do futebol apregoado por Fernando Diniz. Um futebol de intensidade, que defende com a bola e ataca sem ela. Um futebol envolvente, solidário e que tem na bagunça organizada e funcional o pesadelo dos adversários.

São esses aspectos táticos e conceituais que farão vicejar a inspiração que tantos espetáculos nos proporcionou e que arrancou exibições individuais exuberantes de nossos atletas. O Fluminense precisa potencializar o que eles têm de melhor, o coletivo produzindo ambiente para as performances individuais. Essa é a essência de Fernando Diniz, que urge ser reencontrada em sua plenitude.

Um Fluminense movido pela inspiração, num ambiente propício ao seu surgimento, pode vencer qualquer um. É preciso recuperar essa essência, que se perdeu no tempo e no espaço, e hoje ressurge em espasmos, como no segundo tempo do Fla-Flu ou no segundo tempo de Fluminense x Corinthians. Precisaremos tê-la viva durante 90 minutos e o bi pode nos sorrir.

Se eu acredito nisso? Honestamente, não se trata do que eu acredito ou deixo de acreditar, mas do que precisa ser feito. E isso passa pelas decisões que serão tomadas na faixa de campo em que atuam da diretoria ao comando técnico. Isso passa pelo quanto o Fluminense, a partir dessas cinco partidas que faltam para o final do Campeonato Brasileiro, será capaz de fazer a torcida acreditar. Não uma crença subjetiva, baseada em abstrações, mas uma crença científica, alicerçada em fatos concretos.

Está na hora de voltarmos a jogar o futebol mais bonito da América, quiçá do mundo, não abrindo mão do pragmatismo, mas fazendo dessa beleza nosso próprio pragmatismo. Isso só será possível com ajustes pontuais na engrenagem, com uma dose apropriada de subversão, muito mais do que de ousadia, uma vez que ela já está na própria essência do Fluminense de Fernando Diniz. Não o atual, mas aquele de que sentimos saudades, ainda que a euforia pela conquista da Libertadores possa nos turvar o raciocínio e ofuscar a memória.

Saudações Tricolores!