O Fluminense longe da inércia (por CH Barros)

Finalmente, o Fluminense parece ter deixado a inércia de lado desde o último final de semana com as duas vitórias conquistadas. Uma sobre um time regular (Athletico Paranaense) e outra sobre uma equipe reprovável (Figueirense), atualmente na segunda divisão e que não possui grandes pretensões para o resto do ano. Não que isso tire o mérito tricolor, pelo contrário: aparentemente, Odair, por acaso, achou o time ideal para ser escalado ao longo do ano.

O destaque do último triunfo, é claro, foi o nosso camisa 77, ou melhor: o vovô-garoto tricolor: Nenê. Com fôlego e disposição de sobra que impressionam, em razão de sua idade, ele tem sido peça fundamental nos êxitos que o Flu tem alcançado – e será. É um jogador que vinha desacreditado pela passagem apagada no São Paulo, mas que superou-se e redimiu-se ao vestir a camisa tricolor, dando alegrias a nós, torcedores, que queremos ver nosso Fluminense cada vez melhor. Destaque também para Dodi que, no meu ver, vêm fazendo bons jogos, e Calegari, que começou bem. Para Muriel, idem: apesar de ter falhado bisonhamente contra o Bragantino, foi um verdadeiro muro nos últimos confrontos. Evanílson vem sendo regular, e Marcos Paulo, com quem forma a dupla, precisa melhorar. É um excelente jogador, contudo, em nada tem somado ultimamente.

No entanto, se Nenê, o mais velho do elenco, não nos dá motivos para reclamar, os outros veteranos, que são Ganso e Fred, deixam muito a desejar. Quanto ao Ganso, não tem muito o que dizer. A verdade é que ele está apenas mantendo o nível dos últimos anos, operando praticamente nada – é sempre posto em campo quando o jogo está praticamente decidido –, o que não gera esperança nenhuma para a torcida; e Fred, ídolo incontestável que é, está longe de uma boa forma física. Desde a primeira partida realizada em seu retorno até a desta semana, nada apresentou: errou bolas fáceis – uma delas até nos prejudicou, contra o Palmeiras – e dá a entender que está no seu limite.

Eu fui a favor de sua volta, por saber que ele é um jogador que atrai patrocínio, marketing e, sobretudo, a torcida para perto. Mas isso não está efetuando-se, para nossa decepção. Ele, assim como Ganso, está refletindo em campo o que tem exercido nos últimos anos. Entendo que a paralisação do futebol afetou muitos jogadores, e Fred é, sem dúvida, um deles. Se já vinha desgastado antes da pandemia, hoje está muito pior. Quem sabe, com o tempo, Fred possa recuperar um pouco de seu vigor físico e cooperar mais com o Fluminense em campo. Desejo, sinceramente, que isso aconteça. Se Nenê, no auge de seus trinta e nove anos, dá aula em campo, Fred pode conseguir melhorar gradualmente.

Virando a página, neste sábado temos a partida contra o Vasco. Bom, se analisarmos nosso adversário, veremos que não há muito o que temer; somente o ataque vascaíno merece maior estudo e atenção da parte tricolor, por estar numa boa fase. Entretanto, eles estavam festejando por estarem no topo da tabela, mas venceram Sport, São Paulo e Ceará. Dos três, o São Paulo é o único bom time, enquanto as equipes de Pernambuco e Ceará estão na zona de rebaixamento. Demos menos sorte em relação a isso. Já na Copa do Brasil, o Flu teve muito mais facilidade de avançar à quarta fase do que deles. Ganhamos do Figueirense com moral e o Vasco, por sua vez, suou para vencer, nos pênaltis, o Goiás.

Se jogarmos como nas últimas duas partidas, tendo o comando da bola e transformando isso em chances efetivas de gols, e Odair manter a escalação correta, dá para vencermos sem sustos. Por ser um clássico, tudo pode acontecer, mas confio numa vitória tricolor.

Panorama Tricolor

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