O Fluminense está feio (por Claudia Mendes)

O time campeão da Libertadores que encantou a América está feio, sem brilho e sem norte. O Fluminense de 2024 é uma colcha de retalhos, apesar de pouco ter mudado suas peças.

Não adianta pegar leve, fazer de conta que não vê. Sempre defendi Fernando Diniz, seu lado motivacional e de como arma uma equipe. Mas nessa versão pós-Recopa ele parece aquelas crianças que fazem birra. A teimosia não é só coisa de criança e nosso comandante está perdendo a mão. Ao que dizem, o presidente espera pelo “sim” de Thiago Silva até o final de junho. Nesse vem, não vem, Diniz vai improvisando na zaga. E o resultado vem sendo bastante sofrível, com o time levando gols em todos os jogos.

Fui ao dicionário, o chamado pai dos burros, buscar o significado ao pé da letra de “improvisar”: verbo transitivo direto; (sig): tentar fazer, arranjar de repente, sem preparação, organizar às pressas, sem prévio preparo. Na boa? Isso não combina em nada com um time campeão, com estrutura profissional. Lembrando que, mesmo com Nino, por vezes a zaga tinha André improvisado naquele setor. Com a ida do nosso capitão para a Rússia, a vaca está indo para o brejo faz tempo.

Martinelli, volante, garoto da base e bom de bola na sua posição, também se tornou opção de Diniz na defesa. Ele não é zagueiro. Não tem altura, impulsão e nitidamente leva desvantagem dentro da área no corpo a corpo. A culpa não é dele, faz o melhor que pode.

Esse improviso temperado com muita teimosia pode custar bem caro ao Fluminense. É apenas o início do Brasileiro e nessa pegada estaremos logo na segunda metade da tabela. Sem falar em Copa do Brasil e Libertadores, competições com mata-mata.

Que decidam logo qual rumo tomar. Já estamos em abril de 2024. Em abril de 2023 o time estava tinindo, amassando quem viesse pela frente. A pergunta é: o que mudou de lá pra cá, além das falhas de uma zaga mal composta?

Que reflitam enquanto é tempo. Parem de teimosia. O Fluminense precisa se reinventar, porque ninguém desaprendeu a jogar. Talvez a solução seja apenas ajeitar as peças no tabuleiro. Sem improviso, com inteligência.