O Flu entre o sonho e a miragem (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, entre o sonho e a miragem, eu fico com o sonho.

A Libertadores é, para o Fluminense, um sonho. Um sonho possível. O Campeonato Brasileiro, dada a atual conjuntura, afigura-se como uma miragem, algo, até prova em contrário, inalcançável.

Essa introdução tem o propósito de servir como argumento para a defesa de uma escalação, como o pessoal gosta de dizer, “alternativa” contra o Palmeiras no jogo da noite desse sábado.

Não significa, de forma alguma, abrir mão da busca da vitória, mas de se administrar uma situação como a que está posta. Enfrentaremos o Palmeiras na noite de sábado, às 21 h, e não teremos tempo para sequer relaxar antes do duelo contra o Argentinos Juniors, pela Libertadores, às 19h de terça-feira.

Evitar riscos é uma estratégia prudente, mas isso não anula a oportunidade embutida no pacote, que é a de dar minutagem a jogadores importantes para o elenco. Como forma, inclusive, de se colocar à prova a robustez e qualidade desse elenco.

Preâmbulo concluído, eu levaria para o jogo a seguinte escalação: Fábio; Guga, Marlon, David Braz e Marcelo; Martinelli, Lima, Daniel e Leo Fernández; JK e Lelê (Yone González).

Isso não quer dizer que nenhum desses possa ou deva ser titular no jogo de terça. Para mim, Martinelli é titular incontestável no duelo da Libertadores, mas é o único que pode substituir André com qualidade. Além dele, Marlon, Daniel e Leo Fernández são jogadores que têm muito a mostrar, pensando numa possível titularidade contra os argentinos, ou, pelo menos, a preferência no banco de reservas.

O caso de Daniel merece destaque, porque vivemos a lamentar a ausência de um substituto para Ganso, cujas últimas atuações não têm agradado a ninguém, possivelmente nem a ele mesmo.

É verdade que Daniel, uma vez escalado no lugar de Ganso, ocupa uma faixa de campo muito parecida com a de Martinelli, mas isso pode ser resolvido com um plano tático adaptado. O importante é a qualidade no passe, a inteligência e a capacidade de furar bloqueios defensivos de Daniel.

No caso de Marlon, nem é preciso dizer que o jogo contra o Palmeiras será um ótimo teste para ganhar entrosamento e se mostrar à altura de assumir a posição de titular na zaga ao lado de Nino no jogo de terça.

Leo Fernández, por sua vez, quando em campo no duelo da Argentina, teve participação em nossos dois gols, em ambas as ocasiões pisando na área como um atacante, característica tão desejada por nós em um jogador de meio de campo. No primeiro, deu a assistência para Samuel Xavier; no segundo, projetou-se para receber o lançamento de Diogo Barbosa e fez um belo gol, anulado pela arbitragem, alegando impedimento, a meu ver, duvidoso.

Leo é, no meu humilde entendimento, candidato a titular no lugar de Keno, melhorando o dinamismo das nossas ações ofensivas e oferecendo a Jhon Arias os dois lados do campo para explorá-los.

Quanto a Marcelo, parece óbvio que o pedido de anulação do cartão vermelho sofrido no jogo da Argentina não logrará êxito. Sendo assim, poderá qualificar nosso modelo de jogo diante do Palmeiras, poupando Diogo Barbosa, que certamente será o titular na terça, e com méritos.

Para concluir, imagino que o Palmeiras virá, também, com time alternativo, já que enfrentam a mesma realidade que nós, tendo compromisso decisivo pela Libertadores na próxima quarta, que, a exemplo do que acontece com o Fluminense, é um sonho, não uma miragem de um Botafogo despencando do alto de um penhasco.

Vejo esse time que escalei bastante interessante e capaz de provar a força do elenco rejuvenescido e qualificado com as recentes contratações. O que ficaria evidente com uma boa exibição e uma consagradora vitória nos embalos de sábado à noite.
Saudações Tricolores!