O Fla x Flu da terra do nunca (por Paulo-Roberto Andel)

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Não é a primeira vez que acontece numa grande competição. A diferença está na Libertadores.

Pela Sul-americana, foram dois encontros e cada um levou a melhor.

Na Copa do Brasil, aconteceu neste ano. Eles passaram e tentaram comemorar como se fosse uma vingança do Carioca, mas não deu. Os 4 a 1 foram um marco inesquecível mesmo que a competição já não tenha a relevância de antes. Maior prova de importância não há: antes da sapatada de Marcelo, Alexander e companhia, o time rubro-negro não perdia uma final por três gols de diferença desde 1966.

Podia ter acontecido na final do Brasileirão 1982. Caímos para o Grêmio nas quartas e o time gaúcho chegou à decisão contra eles, sendo devidamente garfado em casa (pênalti descarado do craque Andrade, tirando a bola com a mão em cima da linha).

Também podia ter acontecido na semifinal do Brasileirão 1984. Nós chegamos diante do Corinthians, eles caíram por 4 a 1 no Morumbi. Vencemos o Timão com uma das maiores atuações de nossa história e ganhamos autonomia para um título imortal.

E em 1980? Eles ganhavam tudo, queriam o tetra depois do tri em dois anos, mas Anapolina estragou a festa, o Serrano venceu por 1 a 0 e o Vasco ganhou o segundo turno. Na final, Edinho foi rei supremo e fomos campeões depois de quatro anos.

O Fla x Flu é um clássico tão grande que sua simples possibilidade de ocorrência já causa furor. Não foi desta vez. O Olímpia foi muito melhor e passou o trator. Precisamos melhorar muito para superar a batalha das quartas, mas já que chegamos, agora é trabalhar por isso.

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Quem quiser, seca. Quem não quiser, não seca. Eu não sou vigia da poesia alheia. Cada um que escreva seus versos.

A única classe que abomino, minoritária, é a dos falsos blasés bobocas, que fingem desprezar o rival enquanto não tiram o olho do minute by minute do smartphone. Hipocrisia barata.

Eu seco desde 1978 e sou muito feliz por isso. Se não secasse, não teria tido a oportunidade de ver o timaço do Palmeiras de Telê goleando no Maracanã em 1979. Estava com meu pai e achei fascinante ficar num pedacinho apertado com a turma de verde, enquanto o resto do estádio maior era um urro de derrota.

Uma das minhas grandes diversões é secar jogos com Catalano. Fizemos isso por WhatsApp online, distantes por 1.200 quilômetros. Já conseguimos resultados admiráveis. Mesmo antes, já nos divertimos a valer com o Defensor e, claro, o America do México em noite esplêndida – a última grande alegria de meu pai.

A noite de Santo André me dá um conto inteiro, com o saudoso Xuru e nosso Raul Sussekind.

Secar, acima de tudo, é dar ao rival o tamanho que ele tem. Nós temos um dos maiores rivais do mundo há mais de um século, que há muitos anos detém uma força descomunal na imprensa e uma pujança econômica nascida de mais de um bilhão nas cotas de TV.

Como não secar?

Nesta quinta foi demais. Depois de anos de espera, encontrei meu ídolo Sérgio Vid de perto. Comemos um galeto indefectível, bebemos algumas cervejas e o bar estava vazio. Claro, a ditadura dos canais de TV. Perto das onze da noite, fechamos a conta. Vid estava hospedado num hotel bem perto. Fomos até lá e passamos por botequins em urros com a vitória do Olimpia, todos com os mesmos berros: juiz ladrão, armação, time horrível. É engraçado que, para a turma deles, o adversário nunca vence. Para um desavisado que leia a matéria sobre o jogo, o Flamengo entrou em campo sozinho e fez três gols contra…

No saguão do hotel, flamenguistas de vários sotaques falavam todos os palavrões possíveis e condenavam os secadores. Rimos baixinho, tiramos fotos e, nos minutos finais, Vid me levou ao ponto de táxi. Na corrida, ouvi os gritos de alegria do Catalano, confirmei ao próprio Vid o resultado final, conversei com Eric, Heitor e a turma toda do PANORAMA. Rimos alto. Foi uma grande noite.

No grupo de WhatsApp, a Cler deu chilique e desceu do salto. Eu compreendo: não é fácil carregar o trauma dos gols de Assis, Renato Gaúcho, Cano, Marcelo…

PS: alguém acha que eles não nos secaram MUITO contra o Argentinos Juniors? Piada…

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Falar que quem seca é por medo do rival causa gargalhadas.

Faça qualquer pesquisa séria com amostras estratificadas de 100, 200, 500, 1000 e 5000 tricolores e rubro-negros, conferindo quem acha quem é o pior adversário numa decisão de campeonato.

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O Fluminense vai ter que melhorar muito e muito se quiser superar o Olimpia.

Para piorar, a absurda condenação de Marcelo.

Será que o imperador tricolor, acostumado a crescer contra os pequenos e miar contra os grandes, fará alguma coisa?

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“Torcida arco-íris”.

Fla Madrid, Liga dos Urubus, Fla Juventude, Fla Figueirense…

Alguém acha que não terá Fla Olimpia?

Dobrem a língua antes de falarem de quem seca. Passar bem.

Ana Paula é só sorrisos no Bom Dia Brasil.