Não fosse a chance das chances de tentar diminuir a enorme diferença de pontos no Brasileiro 2014, o pessoal poderia ter saído satisfeito do Maracanã. Um ótimo jogo, correria enquanto foi possível, viradas no placar e o Fluminense distante daqueles dias do América de Natal. Ou porque a quase derrota frente ao líder foi evitada pelo incrível gol do não menos incrível Kenedy. Ou ainda porque o show de falhas no miolo da defesa tricolor não se tornou uma tragédia. Ficou como estava: distantes do título, brigando pela ida à Libertadores. Lá vamos nós.

O susto com a trapalhada inicial continuou e logo deu no estrondoso pênalti cometido pelo Cícero, logo ele que joga tão limpo e foi fazer uma besteirada no pescoço do rapaz. O gol do Cruzeiro não abateu ninguém, as bandeirinhas balançaram e logo o Flu chegou à virada esperta com os gols de Wagner e o próprio Cícero, vilão e artilheiro.

Quando o Flu teve a faca e o queijo na mão para os 3 x 1 no fim do primeiro tempo, as defesas inacreditáveis do Fábio e o bate rebate na defesa, a trave, o escambau. O ditado é cruel: quem não faz, leva. O empate dos azuis veio em nova bobeada da defesa, a bola que devia ter sido detonada e acabou mal rifada, 2 x 2 com o mesmo Julio Baptista do primeiro gol. Mal. Pelo menos rimos com as cornetadas do Márcio Nogueira, o Kote não se segurava.

Gol sofrido que abateu, o Cruzeiro voltou melhor no segundo tempo e virou num chutaço de Marcelo Moreno, 3 x 2 e mais uma parada dura para o Flu. Com o time esgarçado e sem mobilidade no ataque, Fred como luxuoso transeunte solitário, ficou mais fácil para o Cruzeiro, que poderia ter feito o quarto. Aí nós é que perdemos um gol feito do Conca na pequena área, em tarde de pouca inspiração – quando ele e Cícero patinam, a coisa não funciona bem.

Meio mundo queria matar o Cristóvão – com justiça – quando mandou Kenedy a campo em vez de qualquer outro. Pediram o Biro-Biro. Não é que circunstancialmente deu certo? Chutou cruzado da direita e fez o terceiro gol numa espécie de consolação do domingo. O primeiro chute certo do rapaz desde a Copa. Alívio, só. Então Cristóvão não foi xingado. Quando o time mostra vontade e disposição, qualquer erro de treinador é minimizado e a torcida mostra seu apoio. Ainda reclamaram o pênalti não marcado no Wagner, mas é Fluminense – logo, não se consegue seis mandos de campo seguidos pela generosa sorte modelo Heverton. Voltando ao Kenedy, que palhaçada é essa de mandar a torcida ficar em silêncio? Da próxima vez, que faça do dedo um supositório pessoal.

A turma do Cruzeiro ficou bonita na arquibancada. Só não me venham com negócio de invasão, que a paciência da tabuada tem limite.

Quem encara o líder do campeonato de igual para igual poderia estar bem melhor na tabela. Vamos torcer por uma vaga na América. Quarta já começa o returno, tudo muito rápido demais.

Defendendo, o Bruno foi bem no primeiro tempo. Só. Henrique e Elivélton assustaram. De novo, Diguinho foi uma potência.

Panorama Tricolor

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Imagem: ernesto xavier