O dia da crucificação (Por Marcus Vinicius Caldeira)

Cruz-Romana

Há anos e anos que todo o staff do podre futebol brasileiro e a mídia – cúmplice de toda podridão que acontece por baixo dos panos em troca da sua audiência – esperam por esse dia.

Acharam que ia ser em 2003, não deu! O ano de 2006 reascendeu a esperança, mas não deu de novo.

Pra piorar, o “time da virada de mesa” em 1996 e 1998 foi campeão nacional!

Em 2009, profetizaram: já caiu!

E  eles caíram do cavalo! Mas, eles são caras de pau! Não têm vergonha na cara. Se eu sou um dos muitos que foram pra frente da TV decretar o rebaixamento naquele ano e ele não acontece, eu peço demissão no ato.

Não! Mas, eles são caras de pau!

Em 2010, o “time da série C”, após ter sido rebaixado pela imprensa oficial é campeão nacional de novo. E seria de novo em 2012.

É demais para eles! Ainda mais no momento que jogam todas as cartadas para espanholizar o futebol brasileiro inundando Flamengo e Corinthians com dinheiro e benesses. Com certeza teve cartola e jornalista dando cabeçada na parede.

O Fluminense, por uma virada de mesa gerada por Corinthians e Atlético/PR em 1996, que foram acusados de compra de juízes e deveriam ser rebaixados naquele ano e por conta de um estúpido estouro de champanhe protagonizado pelo presidente à época, que é odiado pela torcida tricolor, começa a receber a pecha de vilão do futebol brasileiro.

Não esqueçamos que o Bahia que hoje posa de crucificador, também foi beneficiado pela maracutaia para salvar Corinthians e Atlético/PR em 1996.

Em 1999, nova virada de mesa não engendrada pelo Fluminense. Botafogo, que deveria ser rebaixado, entra na justiça contra o São Paulo para reaver pontos de uma porrada que tomou no jogo, prejudica o Gama, que é rebaixado e entra na justiça comum, ação que ia ferrar a CBF, que acaba não podendo organizar o campeonato, que foi organizado pelo Clube dos 13, que preconiza que os 13 fundadores do clube tem que estar presentes no campeonato organizado por ele.

Mas, o Cristo eleito de vez foi o Fluminense. Jogaríamos a série B e com o time que tínhamos (chegamos em 3º na João Havelange na fase de classificação) passaríamos de passagem por ela. Mas era preciso criar um Cristo.

E ainda inventaram que Eurico, o manda-chuva na CBF da época salvou o clube! É a novela da vida real.

É preciso criar vilões, heróis, tramas e finais felizes.

Desde então a mídia reproduz inconscientemente a “dívida” que o clube teria com o futebol brasileiro e o gado reproduz em uníssono: “Paguem a série B”.

Enquanto isso, foi jogado para debaixo do tapete o escândalo das papeletas amarelas envolvendo o Flamengo, o jogo Flamengo e Atlético Mineiro em 81 pela Libertadores, o campeonato do Corinthians em 2005, a compra de juízes por Corinthians e Atlético/PR em 96, a sonegação de impostos da Globo junto ao governo federal, o enriquecimento ilícito de Ricardo Teixeira, vários casos de clubes que não deveriam jogar a primeira divisão do campeonato brasileiro e o fizeram… Tudo pra debaixo do tapete.

O Fluminense como todo o futebol brasileiro tem seus podres. Todos são mocinhos e bandidos na vida real. Mas na ilusão criada recebeu um fardo que não lhe cabe!

Pois bem, então chegou a hora da crucificação.

O Fluminense vai pagar todos os pecados do futebol brasileiro!

A partir de hoje, o futebol brasileiro será purificado.

Cristo morreu por algo parecido!

Só que não!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @mvinicaldeira

Foto: http://www.historiadigital.org/

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