O custo do Covid19 para os jogadores do Fluminense (por Eliane Gonçalves)

O mundo enfrenta momentos de crise na saúde pública com a disseminação do Coronavírus Disease (COVID – 19) e no desporto não seria diferente.

Vimos jogos sem torcedores, com atletas divulgando a importância de se proteger e proteger o próximo, porém na comemoração do gol isso tudo cai por terra. Vale ressaltar que a transmissão se dá por contato próximo com pessoas que foram infectadas pelo vírus, por alguma superfície ou objeto contaminado.

Infelizmente o Coronavírus trouxe medo, porém vale ressaltar o que pode acontecer nos aspectos físicos e biológicos, além dos psicológicos.

O excesso de notícias e informações tem levado a população à insegurança, principalmente pelas fake news (notícias falsas) desestabilizando emocionalmente quem consome as mesmas. A cada minuto surge uma nova notificação nas mídias, colaborando por aumentar o medo e o desespero das pessoas. No jogador de futebol não é diferente, principalmente pelo isolamento.

Quanto aos aspectos psicológicos, é natural a presença de transtornos de estresse pós-traumático, transtornos de ansiedade generalizada, pânico e outros sintomas decorrentes.

As adaptações cardiovasculares e metabólicas no jogador podem ser revertidas com a inatividade, mesmo que esse jogador esteja treinando em casa, pois necessitaria de equipamentos específicos para melhorar seu rendimento e não é o que encontramos normalmente por aqui.

Quanto às questões metabólicas, ocorre um aumento do lactato e diminuição do glicogênio (diminui o estoque de energia rápida no organismo). No sistema cardiorrespiratório decresce o volume sistólico, o débito cardíaco e a diferença arterio-venosa (indicadores da capacidade funcional) em que o jogador ficará mais cansado para correr durante o jogo, dar um tiro para alcançar a bola e/ou fazer um gol. A partir de 30 dias, o jogador terá uma diminuição da resistência cardiorrespiratória e poderá levar de três a seis meses para voltar ao seu condicionamento anterior. Ocorre uma diminuição na resistência muscular ocasionando uma maior fadiga para realizar movimentos contínuos (o jogador correrá por menos tempo e terá um maior cansaço muscular durante o jogo).

Quanto à força, a cada semana que não treina específico, pode retornar o treinamento em três semanas, isto é, a cada semana parado ele voltaria três semanas em seu condicionamento.

Além disso, o jogador, devido à inatividade e aumento da ingesta, modificaria sua composição corporal, diminuindo sua massa muscular e aumentando a quantidade de gordura ocasionando queda no rendimento.

Estamos no meio do campeonato carioca, iniciando a Copa do Brasil e começaríamos o campeonato brasileiro, momentos em que o jogador vai ganhando performance e melhorando sua condição física. Porém, o momento é crítico porque, além do risco da disseminação e de contrair o vírus, o jogador tem uma grande probabilidade de, quando voltar, estar em condições bem piores de jogo do que no inicio do campeonato.

A situação do Fluminense é delicada, pois precisa direcionar o treinamento dos seus jogadores para que não sofra prejuízos no seu desempenho. Este necessário para o crescimento do time e para trazer mais alegria aos torcedores, de modo que não passemos por situações semelhantes às dos últimos anos, onde a luta contra o rebaixamento foi uma constante.

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