O Carioquinha da sabotagem (por Paulo-Roberto Andel)

FB_IMG_1453634509121

Estamos literalmente no meio da folia, o Carnaval come solto e é claro que o futebol fica em segundo plano, pelo menos até quarta-feira – quando recomeça o Estadual que nós, simpaticamente, chamamos de Carioca. Por enquanto é festa, Bola Preta, arrastões na Central e o revólver roubado do guarda.

O principal motivo – mas nem de longe o único – para se boicotar a competição regional é o show de desmandos e loucuras praticadas contra o Fluminense, todas advindas do sr. Rubinho Lopes “de Andrade”. No bololô, entram outros motivos e interesses diversos, muitas vezes os que não se alinham com fundamentos esportivos. Mas, sinceramente, ver este Carioca como está – e saber como ele já foi um dia – é motivo para uma aflição danada. Se você ganhar, não é parâmetro de força para o Brasileiro; se não ganhar, aí a crise aumenta. Perdeu do Volta Redonda, é o caos; ganhou do desmonte do Bonsucesso, é uma grande atuação. Menos, plísi.

Dia desses, o vice do Flu pediu uma reflexão aos torcedores sobre o boicote, tendo em vista o impacto no já combalido bolso tricolor. Fez o que lhe cabia, é justo. Mas é inevitável uma pergunta: dado o que é feito nesse campeonato pela cartolagem da Federassauro, será que ainda é preciso boicote?

O Fluminense joga na próxima quinta-feira em Macaé, às 17 horas. Por mais que o Carnaval se estenda para muitos até o domingo que vem, o local, a data e o horário espantam até o mais fanático torcedor do Rio disposto a encarar horas de viagem. Então, claro, a partida vai depender do público nativo ou flutuante na região. Ah, data e local foram modificados por causa de uma rotina decenal no futebol da nossa terrinha: estádios sem condições de jogo profissional (não tem PM… mas… a PM não é estadual?). Ano passado, meteram o jogo do Flu no estádio de Bacaxá para uma lotação de duzentos pagantes, debaixo de 75 graus. Tudo isso sem contar o belo Los Larios, que é belo mas não para o futebol profissional. A culpa é das Olimpíadas, que tomaram o Maracanã. Ué, mas já não se sabia disso há cinco ou seis anos?

Diante de tais episódios exemplares, uma constatação inevitável: o boicote é uma redundância num projeto que já nasce com uma tremenda sabotagem em suas próprias vísceras.

Vamos ao Carnaval. Depois as bobagens voltam. Elas são incessantes, praticamente um zika vírus.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: pra