O brilho de Edinho no Clássico Vovô (por Paulo Rocha)

A coluna desta semana dá prosseguimento ao que me propus neste período de reclusão: lembrar antigos jogos do Fluminense que assisti no Maracanã. Desta vez, recordarei um Clássico Vovô disputado numa noite de quinta, no verão de 1979.

A temporada daquele ano no futebol carioca foi aberta com o Campeonato Especial, que reunia times da capital e quatro representantes do interior (Americano, Goytacaz, Volta Redonda e Fluminense de Nova Friburgo – este, mais tarde, daria origem ao Friburguense).

Estávamos no Maracanã, eu e meu pai, confiando numa vitória, embora soubéssemos que tudo podia acontecer, já que o time do Fluminense não era tão confiável assim. Mas a equipe do Botafogo também não era lá essas coisas. E a bola rolou.

A primeira grande chance do duelo foi tricolor, e resultou em gol. Carlos Alberto Pintinho fez linda jogada entre a zaga alvinegra e foi derrubado na entrada da área. Na cobrança, o zagueiraço Edinho colocou a bola no ângulo do goleiro Zé Carlos, que nada pôde fazer.

Aliás, quando se fala em gols de falta de Edinho pelo Fluminense (presenciei vários), logo vem à memória da galera aquele que marcou contra o Vasco e nos deu o título carioca de 1980. Contudo, este marcado contra o Botafogo foi muito mais bonito. É só conferir no Youtube.

Após abrir o placar, o Flu adotou uma postura mais defensiva. O Botafogo pressionou, pressionou, mas a defesa tricolor segurou as pontas. Lembrando que dela faziam parte o goleiro Wendell (que tinha história pelo rival) e uma zaga formada por Edinho e o “Xerifão” Moisés.

Contudo, no último minuto da partida, Luizinho Lemos invadiu a área, driblou Wendell mas deixou a bola fugir um pouco; o ponta esquerda Tiquinho tocou para o gol vazio. O árbitro Luís Carlos Félix, acertadamente, anulou, pois o jogador alvinegro estava impedido.

Foi um susto e tanto. Ao percebermos que o gol fora anulado, eu e meu pai pulamos e nos abraçamos na arquibancada. Fui às lágrimas, literalmente. O apito final soou e voltamos para casa ouvindo, no rádio do carro, os comentários e a narração do gol. Que delícia!

Naquela noite de quinta-feira, havia 58.176 pessoas no Maracanã. O Fluminense jogou com Wendell, Edevaldo, Moisés, Edinho e Isidoro; Carlos Roberto, Pintinho e Mário (Rubens Galaxe); Fumanchu, Nunes e Zezé.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade