O bololô do futebol carioca de Pindorama (por Paulo-Roberto Andel)

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A se confirmar a decisão judicial de ontem, que pode não ser tão decisiva dependendo do caso, o futebol voltou à estaca zero, para desespero da turma da Gávea. Pode ser que quando você estiver nesta linha, tudo já tenha mudado.

Vou falar de acordo com o que sou: um torcedor. E só. Deixa a prepotência para os bocós que chamam os outros de “concorrência”. Dá pra levar a sério “blogueirx” e “tuiteirx” que se acha celebridade? Quac.

Vejo futebol há 46 anos, frequento regularmente há 42. Um terço da história do Fluminense eu vi ao vivo. Hoje, neste começo de junho, não tenho a menor segurança para ir a uma partida – e não poderei mesmo -, nem muita empolgação para ver transmissões com um desertão no Maracanã ou em São Januário. Deprime. Parece que é uma pelada abandonada.

Claro que sinto saudades do Fluminense, mas neste momento muito mais importante é a vida humana.

Ok, tem o dinheiro, os contratos, perfeito. Mas e o risco? Não estamos na Alemanha, senhor! Nós é que levamos o 7 a 1, não fomos quem goleou. A curva nem aplainou e já tem gente pelo ladrão (literalmente) na rua. O pessoal podia estudar um pouco sobre a gripe espanhola (que não surgiu na Espanha). Basta um infelizinho infectar o outro no gramado e aí a onça vai beber água.

Deveriam ter proclamado o Flu campeão. Resolvia tudo. Logicamente jamais fariam isso, mas seria divertido ver barnabés berrando “Virada de mesa”, “Advogado do Fluminense” e aquelas bobajadas que todos já estamos cansados de ouvir. Pelo menos teria algo para se rir no meio desse mundo de tristeza e violência. Até hoje me marcam por causa do livro “Pagar o quê”. Não tive culpa nenhuma, apenas escrevi sobre os fatos, ao lado de outros colegas. Só.

Grana. O pessoal deles está desesperado. Claro. Tem megalomania, contratos astronômicos. Sinceramente, alguém acha que clube com dívidas multimilionárias, quase bilionárias (ou mais), vão quebrar por causa de mais um ou dois meses? Se assim fosse, a Federassauro era o Instituto de Traumatologia.

Curioso é que o futebol de hoje, cheio de dotôris, assistências, intensidade e outras patacoadas, vai sair igualzinho ao da bagunça dos anos 1970 e 80: invadindo o ano seguinte. Ninguém esperava o Corona, mas o resultado será o mesmo. Em 1989 era bom: pegamos o Vasco em fevereiro, um jogo de placa, avançamos às semifinais do Brasileiro. Tinha Washington, Romerito, Donizete. Jogaço. No dia seguinte o Cuca, esse mesmo, meteu um gol de cabeça e tirou o pré-campeão. Fui nos dois jogos e ri muito.

O calendário era uma zona, mas a gente tinha felicidade.

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O Sebo X, que prestigia e abriga este PANORAMA, está enforcado de dívidas por conta deste caos. E precisa de ajuda. Não temos mais pai, nem mãe, nem crédito na praça – as microempresas são desprezadas e humilhadas pelos bancos.

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Desde já, muito obrigado por ajudar na sobrevivência de uma lojinha que, do jeito que pode, ajuda o Fluminense paca.

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