O balanço do Flu 2023 (por T. T. Paixão)

E não é que o “melhor futebol do mundo” não sobreviveu a um minuto contra um time europeu?

Sei que ninguém quer ler uma coisa dessas em um momento como esse, mas sou obrigado a perguntar: melhor futebol do mundo jogando contra quem?

O Fluminense terminou a temporada de 2023 jogando o melhor futebol do Brasil e talvez da América Latina (e mesmo de toda América). Mas o que isso significa se comparado ao futebol europeu?

Nos últimos Mundiais de Clube apenas europeus foram campeões. O último fora do velho continente a conquistar o título foi o Corínthians 2012, cujo maior destaque foi o goleiro Cássio.

Neste período, nossos rivais sul americanos perderam ainda mais espaço, ficando abaixo dos Raja Casa Blanca da vida.

O reflexo da baixa qualidade de nosso campeonato nacional, bem como dos torneios continentais, fica ainda mais nítido quando analisamos o desempenho das seleções nacionais.

Exceto a Argentina, que tem sobrevivido na base do brilhantismo de Messi e do brio dos demais jogadores, todas as outras têm feito um trabalho medíocre. Incluindo a nossa Canarinho, que criou uma “Neymardependência” desesperadora.

Qualquer um com o mínimo de conhecimento de gestão esportiva saberia que, somente aqui, um time conseguiria demonstrar um futebol tão exuberante e superior com tantos veteranos andando em campo: Marcelo, Ganso, Felipe Melo e até Thiago Santos, que jogou partidas esplendorosas como zagueiro nos últimos dias. Nesse meio, Fábio foi a mais positiva surpresa entre os vovôs da bola.

Mas aqui abro um parêntese – o cara pela carreira e pelas sacanagens sofridas no ex-clube, merecia um gran finale de estilo. – fecha parêntese.

Pois é, meus amigos. Uma coisa é ser o melhor futebol do mundo jogando contra o meu querido vizinho Cuiabá, ou contra o CSA do lindo estado das Alagoas, ou contra o antigamente temido Argentinos Juniors e quem sabe até contra o “pior Boca Juniors que chegou a uma final de Libertadores”.

Essa condição de melhor do mundo pode até superar um ou outro Al Ahly. Mas quando se trata de encarar um dos rivais europeus, os pés voltam a tocar o chão rapidinho. Melhor futebol do mundo comemoraria goleada sofrida para o Vasco nas arquibancadas? Creio que não.

O Fluminense terminou sim a temporada como melhor time da América, mas também se tornou um time que não pode ouvir críticas, não pode ser cobrado, nem vaiado. Pois jogadores e dirigentes partem para cima na porrada. Isso é fato. Podem me xingar à vontade, mas continuará sendo fato.

Chegamos ao mundial apostando em místicas como coincidência nos nomes dos adversários, nas datas, nas cores. Há quem acreditasse até por causa do clima, ou porque jura que viu uma atriz famosa passeando no hotel onde o time estava hospedado.

Apostaram em destino cigano, cabala judaica, espiritismo, catolicismo, Buda e até Gravatinha.

Creram em tudo, menos no “melhor futebol do mundo”. E geralmente futebol se vence em campo. É isso.

Noves fora (aquela regra que já me explicaram por aqui e eu não aprendi), o ano foi bom. E tomara que melhore.

Queremos o título brasileiro em 2024. Se rolar um bi na América, melhor ainda.

Que em 2025, o favoritismo se confirme e não fique apenas na expectativa seguida das desculpas.

Já passamos tempo demais sendo tripudiados Brasil afora. É tempo do Fluminense tomar o seu lugar de direito, que é o de maior clube de futebol do Brasil, quiçá do planeta.

Bom Natal e ótimo ano novo, galera.