O ano de 2020 para o Fluminense (por CH Barros)

Diferentemente do que estamos acostumados, o ano vai chegando ao fim e o futebol é vigente, devido à paralisação por Covid-19 que houve no meio do ano. No entanto, venho falar nesta coluna não sobre a partida deste sábado, contra o São Paulo – líder comandado pelo nosso velho conhecido, Fernando Diniz –, e sim sobre o contexto atual, isto é: o ano em si para o Flu.

Podemos resumi-lo em uma única frase: sem títulos e muitas eliminações. É possível atribuir essa mesma frase de maneira deplorável a todas as temporadas após 2012 – salvo 2016, onde ganhamos a efêmera Primeira Liga, o que não encobre o péssimo desempenho em seguida –, retrato das péssimas gestões que muitas vezes se embatem, mas são, no fundo, idênticas. O Fluminense sobrevive apenas pela sua grandeza e pela sua verdadeira torcida, que não lhe falta com demonstrações de amor e o desejo de vê-lo livre das garras que lhe ferem.

Entendo que apenas falar ou desabafar em colunas, lives ou vídeos não adiantam totalmente, uma vez que fazer isso nos estádios tornou-se impossível neste ano. Logo, no meu ver, uma boa saída para conseguirmos combater a tudo que está levando o Fluminense ao papel de coadjuvante – que nunca lhe foi adequado, tendo em vista sua gloriosa e incomparável história – é a torcida se associar em massa ao clube.

Essa pauta já foi levantada diversas vezes neste PANORAMA e, portanto, é repetida, mas que precisa ser dita sempre. Só assim poderemos ajudar o Fluminense a se reerguer e desprendê-lo de quem somente o usa para interesses fora do futebol.

É inadmissível, por exemplo, colecionarmos tantas eliminações, derrotas e brigas contra o rebaixamento durante todos esses anos. É tão melancólico que nem o período no qual passamos dez anos sem ganhar títulos – do carioca de 1985 ao de 1995 – foi tão ruim, dado que tínhamos times aguerridos e uma torcida maravilhosa que não deixava de cobrar um segundo. Para culminar, fomos garfados muitas vezes em decisões – vide a contra o Inter, em 1992 – e não fazíamos o papel de figurante. Não saímos cabisbaixos de uma derrota.

Tudo isso, infelizmente, não esteve aos meus olhos, mas digo pelo o que ouço de meus amigos mais velhos, muitos deles colaboradores/colunistas deste PANORAMA. E, sem falsa modéstia, posso dizer: eles são fodas.

O Fluminense possui uma história fantástica, uma torcida fantástica. E é exatamente por isso que não confio que os ratos lá infiltrados o tirarão do horizonte dos protagonistas, bem como afastá-lo de vez dos grandes momentos.

Volto a dizer: a pauta desta coluna não é nova, mas é necessária. Assim que for enxergada a luz no fim do túnel – ou seja, os indícios de novos tempos –, conseguiremos voltar à bonança e à serenidade.

Que venha o São Paulo neste sábado e um 2021 muito melhor para todos nós. Que seja um ano diferente positivamente, tanto no mundo tricolor quanto no mundo em si.

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Como esta é a minha última coluna em 2020, venho registrar aqui toda a minha solidariedade às vítimas da pandemia e aos que sofrem em razão da partida de familiares/amigos queridos. Não foi um ano fácil, definitivamente. Não bastasse a pandemia e as mortes diárias, vivemos num país repleto de ódio, preconceito e indiferença ao próximo.

Enquanto faltam discursos de bondade e amor ao próximo, sobram máscaras no queixo, xingamento e dizeres alienados à respeito da crise atual. Isso é triste demais.

Que venha 2021 com a vacina nas mãos dos médicos e que seja um ano totalmente diferente: com paz, respeito, harmonia e empatia, sentimentos tão raros atualmente no ser humano.

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Meu tio e padrinho Jocemar, que é tricolor até a alma, venceu a Covid-19 e deixou o hospital na última quarta-feira, após ficar alguns dias internado. A felicidade é imensa!

A você, meu tio querido, que me ensina tantos valores e me dá tantos aprendizados, o meu desejo de uma rápida recuperação nesta volta pra casa. Que o momento de alívio seja coroado com uma grande vitória do nosso Fluminense neste sábado.

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Um beijo carinhoso a cada leitor(a), e o meu muito obrigado pelo prestígio e pela atenção.