As santas nostalgias do Fla-Flu (por Paulo Rocha)

Novamente teremos um Fla-Flu decidindo o Campeonato Carioca. Após o massacre tricolor sobre do Volta Redonda e a vitória rubro-negra diante do Vasco, o capítulo final coloca frente a frente os centenários rivais na briga pela taça. Emoção à flor da pele, jogo para quem tem coração forte e nervos de aço.

O Fluminense precisará honrar a fama de Time de Guerreiros pela chance de presentear sua torcida com um bicampeonato que não vem há quase quarenta anos, ainda nos saudosos tempos do Casal 20. O adversário é o mesmo daquela ocasião. O roteiro se repetirá?
A exemplo do que ocorreu em 1984 (Ah, meus 20 anos de idade…) temos um candidato a carrasco. O Assis daquele tempo pode ser o Germán Cano de hoje. Afinal, a história do bi começou a ser escrita no ano anterior. E depois se tornaria parte da história do tri.

Sempre lembrado às vésperas dos Fla-Flus decisivos, Nelson Rodrigues nos dizia: “Ai do clube que não cultua santas nostalgias”. É momento para tal. Recordar é viver. Recordar Flávio, Manfrini, Assis, Renato Gaúcho. E Cano, esse insaciável goleador que pode se consolidar ainda mais nesse Olimpo.

Na próxima semana, a que antecederá a decisão, poderemos falar mais sobre o time atual, a estratégia, a energia pulsante da proximidade do duelo. Torcer pela estreia de Marcelo, pela volta de Manoel – e tomara que ambas as coisas aconteçam. Mas hoje, ainda não. Vamos curtir essa aura, essa magia que começa quarenta minutos antes do nada. Com a humildade, a certeza e a confiança de que podemos vencer mais uma vez.