Nenê, o magnífico (por Paulo Rocha)

Foi uma daquelas noites das quais já estávamos com saudade. Finalmente o Fluminense venceu e convenceu. A classificação à próxima fase da Copa do Brasil trouxe grana aos cofres do clube e esperança ao coração da torcida tricolor. E o maior responsável por essa alegria é uma veterano de quase 40 anos, carinhosamente chamado de Nenê.

A atuação do camisa 77 contra o Figueirense foi espetacular. Um golaço de falta, outro contando com a ajuda da sorte no desvio do zagueiro e o derradeiro numa cobrança de pênalti, especialidade sua. Não há muito que falar ou analisar. Apenas curtir essa vitória que dá prosseguimento ao resgate da verdadeira identidade de um clube gigantesco.

É impressionante a performance técnica e física de Nenê. Corre do primeiro ao último minuto, faz jogadas de inteligência e categoria, orienta os jovens, prende a bola na hora certa e a solta no momento devido. Arrisco dizer que ele joga muito mais agora do que quando era novo.

A reação dos rivais ao brilho do vovô-garoto vai do estupefato à indignação. Que seja assim. Que seja cultuada a rivalidade sadia, alegre, própria do povo carioca. Que essa desgraça de pandemia acabe logo, que os cientistas descubram essa vacina que tanto precisamos. O Rio precisa começar sua reconstrução. O Tricolor, sob a batuta de Nenê, parece já ter iniciado a sua.

O título desta coluna é inspirado num antigo filme de Tarzan, herói de quem meu pai tanto gostava e que também muito curti na infância. Essa e outras paixões compartilhadas, afinidades múltiplas, molham nossos olhos num misto de saudade e gratidão. Que daqui por diante esse seja o Fluminense que meu velho me ensinou a amar. Valeu Nenê!

Panorama Tricolor

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