Não contem com a ajuda do Fluminense (por Paulo Rocha)

O foco do Fluminense é o Mundial de Clubes, o resto que se dane. Esse papinho de que é preciso ética no Campeonato Brasileiro, de que há times ainda disputando coisas, não nos diz respeito. A programação da comissão técnica tricolor deve priorizar somente nossos interesses, ou seja, preservar o elenco e recuperar os atletas lesionados, para que cheguemos a Arábia Saudita, em dezembro, com nosso máximo potencial.

Ajudar aos outros é algo que não se aplica ao futebol brasileiro. A rivalidade supera essa possibilidade. Quantas vezes a situação foi inversa e ninguém ajudou o Fluminense? É aquele antigo e sábio ditado “pimenta no cu dos outros é refresco”.

Em 1996, quando o Tricolor foi rebaixado à segunda divisão, precisava que o Flamengo, ao menos, empatasse com o Bahia. O jogo foi em São Januário (?!) e eu estava lá a trabalho. Antigamente, a tribuna de imprensa do campo do Vasco ficava junto das sociais. Portanto, vi de perto o Kleber Leite e o Plínio Serpa Pinto, dirigentes rubro-negros na época, se “divertindo”, com a derrota de sua equipe – que teve um jogador expulso logo aos oito minutos de jogo.

Presenciei coisas similares outras vezes, nem vou ficar forçando minha memória em busca de outras asquerosas lembranças. Mas não posso deixar de citar que, às vésperas da final da Libertadores desse ano, o Flamengo batia pé para jogar contra o Bragantino no Maracanã, que estava à disposição da Conmebol. A decisão quase saiu do Rio devido a esta palhaçada.

Portanto, se querem ganhar, não contem com a nossa ajuda. O mesmo vale para o Botafogo – mas este, entretanto, fabrica suas próprias desgraças, entregando a paçoca de forma inédita e quase inacreditável. Quanto ao Vasco, creio que escapará de um novo rebaixamento, já que vem jogando com raça e somando pontos.

Encerro fazendo coro com nossa torcida: time reserva contra o Palmeiras no domingo. Se possível, reserva do reserva. Não se iludam: no Mundial, eles serão os que mais torcerão contra nós. Como diria Abel Braga, perene de razão, “que se foda eles”. E ponto final.