Na raça! (por Ise Cavalieri)

Como já dizia Galvão Bueno, haja coração. Se a Copa foi comprada, colocaram um extra de emoção e, mesmo não tendo sido um dos melhores jogos da copa em questão de técnica ou de belos gols – e não foi – a mistura de sofrimento e euforia fizeram desses quesitos meros detalhes.

David Luiz com um certo espírito de liderança ao querer cobrar o primeiro pênalti e Neymar assumindo a responsabilidade da definição do jogo, embora durante a partida sua atuação tenha sido discreta e com o constante defeito de não passar a bola.

Certamente o nome do jogo foi o goleiro Júlio Cesar, que na Copa passada foi considerado o vilão da história na eliminação do Brasil e sábado, tido como herói. O choro, que antes era de tristeza e que pedia uma nova oportunidade foi mudado de maneira grandiosa, onde o goleiro demonstrou que soube aproveitar essa nova chance, além de nos livrar da possível e vergonhosa eliminação dentro de casa. E nesse momento o passado negro rubro-negro foi deixado de lado – admitimos sua excelente atuação.

Jogo parado, sofrido, com maior posse de bola para o Chile e sem passes brilhantes. A falta de tática nessa partida foi substituída pela raça, pelo menos durante as cobranças de pênaltis – e ver a cena da oração isolada de Thiago Silva foi como reviver a nossa final de Libertadores em 2008, apenas com finais diferentes. Vivemos toda aquela angústia com um quê a mais de um certo trauma pelas cobranças, lembranças nada agradáveis. Ver a cena se repetir enquanto flashs daquela final, da nossa final, passavam a mente. Felicidade pelo Brasil e entendendo mais do que ninguém, a tristeza dos chinelos.

Daqui pra frente é tudo ou nada, é jogar com técnica, garra – por à mostra tudo que sabem e o que não sabem. Levar as partidas com futebol fraco não dá mais: podemos encontrar Holanda, Alemanha ou França mais a frente e ficar pelo caminho.

Vitórias nem sempre significam que a atual formação esteja dando certo. Avançamos, porém empatamos com o México e tomamos sufoco do Chile. Mudanças são necessárias, talvez o uso de três volantes, compactando o time e tendo mais toque de bola, além de ganhar o meio campo, o que não vem acontecendo. E quem sabe fazendo com que a bola chegue aos pés de Fred, que vendo severamente criticado sem que sejam ditos os diversos erros do restante do time.

Agora é torcer pra que a mudança ocorra e os bons resultados aconteçam.

Panorama Tricolor

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