Na boquinha da garrafa (por Alva Benigno)

I

PAPO TORTO

Atônita, recebi uma mensagem no Whatsapp na madrugada de sexta para sábado:

“Chiquinho Zanzibar dava a entrada dos carros no cool do Odorico! E Gaynato Maugaycio imitou Chiquinho, que pegava Odorico no caramanchão do chiqueiro.

Odorico Ciranda, pra desviar o assunto, inventou a fofoca de Gaynato Maugaycio, para esconder sua bichice enrustida. OC dizia que dar o cool não era necessariamente viadagem, mas parte do seu ofício na boate Besouro. Dizia que dava o cool mas não gozava. Recentemente a bravata chegou aos ouvidos do machão Chiquinho, que ficou indignado!

Ele parou, eu sei, mas todo mundo tem passado. Esperei a manhãzinha de sábado e escrevi para nosso herói, o velhote safadão dos saradões. Podem falar o que quiserem de Zanzibar, mas ele não decepciona quando o assunto é quente:

“É um mentiroso do cacete, parece esses blogayros que pagam bokett por dinheiro e likes. Gozava sim, e foi chupando meu cacete rijo que passou a gostar tanto de andar de charuto grosso na boca de sapo”, disse o velho safado para a mim numa conversa também no Whatsapp que também incluía o estranho Agaynaldo Happybath, uma espécie de emissário de Odorico, seu grande ídolo. AH sempre teve OC como um vetor, um exemplo a ser seguido. Achei tudo muito estranho, mais parecia uma provocação do velhote ao eterno candidato a Queen Elizabeth das Laranjeiras.

II

HOSTILIDADE HOMO

Happybath articulou todas as ofensas e a segregação homofóbica à torcida tricolor no Caramanchão Stadium, dando estas idéias ao gangster da colina, para dizer que a atual diretoria tricolor é um mar de gente frouxa. Mas Chiquinho Zanzibar descobriu tudo, fingindo que iria colaborar com o plano cruel de AH. Chiquinho Zanzibar era uma espécie de Cabo Anselmo às avessas. Infiltrou travestis na torcida vice devidamente uniformizados, mandou tirar fotos e após o 3 a 2 bacalhoado, mandou as imagens para Agaynaldo com o seguinte texto:

“Frufru, o teu bofe inspirador não vai gostar nadinha de saber que no teu plano tinha bonecas no meio da torcidinha. Pra gente não ter problema, segunda eu te mando a conta e os dados. Não sou como Aécio, que pede grana 24 horas por dia; só vou escrever desta vez e espero a resposta. Que você é meio idiota eu já sei, mas não abuse. Com amor, Zan”.

O texto vazou e, no dia seguinte, a fada Marvada Crase, uma aspirante a subcelebridade tricolor, resolveu tomar as dores de Happybath, caluniando (sic) Chiquinho nas redes sociais. O velho, empombado que estava, foi para o Facebook e fez publicação:

“Vaca passada, em vez de pagar de mocreia sabichona, porque você não tira as calças e publica uma foto das tuas varizes no Facebook pra dar Ibope? De repente o Animal Planet te adota. Pomba Gira da Rede TV, vai pro TV Fama que é teu lugar. É lá que passa gente anônima que acredita ser famosa…”

III

A NOITE EM QUE ODORICO VIROU A MUCAMA DE ZANZI

Estou exausta e o Chiquinho acaba de me ligar:

– Mona, esse filhote de Zé do tamanco, esse veado caloteiro vai se foder comigo. Essa bicha velha mexeu com o Fluminense. Cansei, vou me abrir para o mundo (engrossando a voz) e dizer o que eu sei sobre o Odorico Ciranda, tem muito babado para vir à tona! – sentenciou depois de mais de 40 minutos no telefone.

– No início dos anos 1970 eu tinha muito dinheiro no bolso, só superfaturando cimento para as obras da Transamazônica e da Ponte Rio – Niterói, sem contar o que viria na frente com a mega construção. Isso me permitia trocar de carro a cada quatro meses. Na época eu já cortava para os dois lados, a Esmeralda exigia um sexo a cada três dias, mas eu já tinha os meus casos e amigos ocultos numa bomboniére que eu tinha montada no Edifício Avenida Central, coração do centro da cidade.

Zanzi não parava de falar, nem lembrava o ser “viaaaaaado!” que ele carrega dentro de si, e sem pausa para respirar abriu totalmente, sem vaselina, o verbo…

– Eu comprava os meus carros na “Joaninha Gigante Veículos” que pertencia a um pessoal lusófono de além mar. Ali conheci um vendedor, uma gata linda, moreno, elegante, fumador de charutos baianos (Cohiba nem pensar)… Comprei com ele todos os meus carros, ganhou muita comissão graças ao seu ânus. Sim comi muito o cool do Odorico… Isso é uma puta! Faz qualquer coisa para ganhar dinheiro… É por causa da minha piroca que ele odeia o Fluminense. Uma vez levei ele para uma suruba lá na Associação de Estivadores. Bateu o recorde que era do Rock Hudson, que tomou na bunda de 18 caras diferentes numa noite. Graças a isso se tornou diretor de futebol daquela merda. Era penetrado, mas ficava no vagão central porque, na outra ponta, ficava a pica que ele deixava dura com a sua língua aveludada. Bebeu litros de porra naquela noite.”

Mas Chiquinho antes de desligar, profetizou:

– Temos um turno para foder esses caras e eu faço questão de novamente esporrar na cara desse puto. Tchau mona, vou ligar para a Zandonaide… ela vai saber dos babados.

Moral da história… Quem já ficou de quatro para o Chiquinho, querendo ou não, engole leite nem que seja de Cremogema frio!

IV

TRIO DEDADA

Eufóricos com a possibilidade do Fluminense perder, o que aumentaria a chance de fazer a campanha enrustida de Agaynaldo Happybath, três blogayros tricolores combinaram de ver o jogo contra o Vasco juntos num apê

Os rapazes têm direito a viver suas vidas como bem entenderem, mas algum traíra espalhou as fotos e as recebi em meu ÁiFone. Nus, trocavam gestos afetuosos a cada lance perigoso do Vasco. A campanha política levou alguns incautos à loucura.

A imagem mais comprometedora é quando um deles faz das próprias mãos um filtro de linha, com os dedos engatados nas cloacas dos auto proclamados seres supremos da verdade tricolor. Tudo mais hard do que a sauna. Houve gozo com o resultado final de 3 a 2 para o Vasco.

V

FALAMERDA

No domingo, com as fotos reveladas, Barbitchinha Flu resolveu tomar satisfações com Zanzibar no telefone, recebendo uma senhora patada fecal:

“Tudo bem que eu já caguei na sua boca, mas isso não é motivo para você ficar o dia inteiro falando merda. Vai arrumar uma piroca e não enche o saco, seu cavaquerda. Você fica o dia inteiro falando merda sobre o Flu porque, se trocar de assunto, não terá nada a dizer. Você é só um idiota.” – e bateu o telefone.

A seguir, resmungou: “por que eu perco tanto tempo com estas nanocelebridades? Eu quero é ver gol, mulher nua, fazer sacanagem.

Dez minutos depois, quem telefona é Barbitchona, querendo saber como seduzir o lutador careca que lhe dera um tremendo toco semana passada. Mais um passa fora:

“Ô, Nelson Rubens do Fluminense, toma vergonha na tua cara. Se eu soubesse como seduzir o LC, não contaria o segredo para um lambe-botas como você. Vai procurar teu velhinho pra arranjar novas fofocas, tá? Me erra!”

O barbudete fingiu ter perdido o sinal. Chiquinho ficou aliviado e, para descarregar as tensões, resolveu desligar o smartphone.

No quarto, Esmeralda de toalha vermelha – comunista! – o chamou com o dedo indicador. Ela queria uma massagem. O regenerado Zanzi foi imediatamente em direção à esposa. Ela sorriu. O velhote riu meio de lado: ali estava um inusitado machão pegador.

Ela gritou: “Eu sou o Bahia. Me dá esporro e comando, meu Puto Ferreira”.

Vingança maior contra o treinador da Flamenguesa não há.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: alva