Projeto de gestão = montar time (por Leonardo Maia)

Amiga, amigo tricolor, salve!

Nesta sexta o Tite convoca a Seleção. Talvez, por conta da pandemia, não chame ninguém de fora (que bom!), ou convoque ‘duas’ seleções, uma daqui, outra ‘estrangeira’.

Aproveitando a deixa, escalo o meu escrete canarinho só com jogadores atuando no Brasil (e sabe-se lá se, na semana que vem, ainda estarão todos aqui).

Meus onze feras: Ivan, Guga, Lucas Veríssimo, Luiz Otávio e Filipe Luís; Jair, Patrick, Boschilia e Thiago Galhardo; Marinho e Gabigol.

Reservas: João Paulo, Mariano, Luccas Claro, Geromel (ou Leandro Castán) e Arana (ou Reinaldo); Patrick de Paula, Dodi, Rodriguinho e Everton Ribeiro; Luciano e Thales Magno.

Tchê Tchê, Allan, Arão, Michael e Pedro ficam de sobreaviso… Bruno Henrique e Andrey, contundidos.

E fico na dúvida se Luccas Claro não deveria ser titular.

Esqueci alguém? Tá longe ou é por aí?

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1) Salário do Marinho: 400 mil. Salário do Soteldo: 300 mil. Sabem qual o salário do Fred? Do Hudson? Do Ganso?

2) Nenê ou Ganso? Passo.

3) Odair não pode perder, se não vai treinar quem? A verdade é que sair do Inter pro Flu, hoje, é um rebaixamento. Sinal dos tempos… Ele joga então para manter o atual patamar mediano de carreira. Se sair do Flu, para onde irá? Corinthians? Athletico-PR? Coritiba? Botafogo? Vale mais a pena segurar o Flu. É o que faz. Não se arrisca, leva o barco devagar, ganha os seus pontinhos.

4) Se o campeonato brasileiro é tão nivelado por baixo, como dizem alguns, porque europeus, russos, ucranianos, árabes, chineses, japoneses não param de comprar jogadores por aqui?

5) Perder o certificado de clube formador pode nos trazer problemas? Quais? Não pagamento de percentual de formação pelo período correspondente à falta do documento?

6) Mario amava Angioni, que amava Abad, que amava Simone, que amava Peter, que amava Mario que amava Simone, que amava Angioni que amava…

Alguém aí nessa ciranda, ama, amou, ama ainda o Fluminense? O torcedor tricolor?

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Cada torcedor tricolor deveria se fazer três perguntas:

O Flu não tem time. Não tem time por que?

O clube não tem um projeto, não tem por que?

E, já há alguns anos, as direções parecem ter desistido do torcedor, a não ser para cobrá-lo. Sobretudo, para que se associe. Não se vê maior respeito por ele, nem interesse em acarinhá-lo, em fazê-lo amar cada vez mais o seu clube de coração.

Por que não?

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Sigo achando que o Bittencourt dificilmente termina o mandato. Será?

Passam-se semanas no clube sem que surja uma mísera boa notícia. Ok, a terceira camisa é bem bonita. Mas, quem veste? Perder o certificado de clube formador é o fim. Dos poucos trunfos financeiros que nos restam… Se os jogadores começarem a sair todos de graça, ou quase, como o Evanílson, o buraco fica mais perto.

Aliás, mais uma vez, perde-se uma coisa essencial e ninguém é chamado à responsabilidade. A ideia então era perder o certificado? É o que se depreende dessas inconsequências.

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Desde a saída do Evanílson, está um fuzuê danado na torcida para decidir o melhor substituto. Já ouvi uns 20 nomes…

Não há dilema aí, a meu ver, nenhuma dificuldade com a camisa nove. Qual a dúvida? O certo é trazer o melhor, e nesse caso, o negócio é montar a Operação De volta para o futuro.

Ou seja, não há melhor nome para centroavante do que o dele, Pedro. Nove = Queixada. Ou tem? Quem? Para vir agora, não vale, já completou mais de sete jogos no Brasileiro. Mas, por que não para o fim do ano?

Quanto aos mimimis habituais, o que deve importar ao Fluminense é sempre o seguinte: tem melhor? No Flu, jogam, devem jogar os melhores. Se não, não é Fluminense.

Mais: se ele estivesse hoje como titular em qualquer clube, alguém tem dúvida de que seria convocado amanhã? Então, aos ‘puristas’, deixo a pergunta: qual o sentido de seguir no rival? O seu projeto de carreira, aos 23 anos, é mofar 40 rodadas no banco? É a carreira que quer? Se voltar à Fiorentina, será com o status de eterno reserva, que não se afirma nem em um campeonato periférico…

O jogador já perdeu valor de mercado, nesse retorno ao Brasil. Valia dezoito, mas saiu por modestos onze milhões de euros, quando vendido pelo Flu (aliás, a Fiorentina já quitou todo esse valor?). E, sempre segundo o Transfermarkt, está valendo hoje doze mi. Andou para trás e possivelmente andará ainda mais com essa reserva eterna.

Se a ideia da Fiorentina, na compra, era a de lucrar pelo menos essa diferença de sete mi de euros, agora no máximo lucrará mais um, e na verdade, já está perto de tomar um preju.

Uma boa diretoria atuaria aí. Mas é justo o que não temos.

Então, 12 milhões. E talvez ainda haja algum resto a pagar da negociação com o Flu. Nada que não se possa conversar, negociar. Voltaríamos a ter um nove e tiraríamos o reserva de luxo do rival, que tem salvado eles em alguns jogos cruciais. Quantos pontos teriam deixado de fazer sem Pedro? O que pode acontecer é o Flamengo decidir tomar à frente e comprar o jogador. Mas, de novo, ele vai então preferir a reserva? E, se comprarem, terão gasto uma fortuna em um reserva. Ou seja, um ‘plano’ assim não tem como dar errado, de um jeito ou de outro.

No mais, a ideia de que não pode jogar mais pelo Flu, de que não é digno etc etc é frouxa, boba. Melhor seguir com os Felippes Cardoso e Caios Paulistas da vida? Suar para ganhar do ‘Dragão’? Por essa lógica, Renato Gaúcho não deveria ter vindo, depois de ser campeão no Flamengo. Nem Doval. Ou Gerson Canhotinha? Ou Airton? Há muito de desconhecimento histórico aí, e mesmo de grandes conquistas tricolores, em que ex-“rubro-negros” brilharam com as nossas cores.

O time precede, o Flu precede. Se em campo o cara não honrar, aí sim, cobrança e vaia nele.

Seria um nove certeiro. E, quanto a mim, já estou cansado de apostas.

Precisamos voltar à nossa grandeza.

Quem aposta é Madureira, Bangu… Ou alguém acha que voltaremos a ser campeões, a ter autoridade em campo seguindo na base das apostas? Flu traz jogador pesado, pronto. E ponto final.

Cabe também corrigir equívocos, injustiças: Pedro, como tantos outros, é mais um dos nossos que na verdade nunca deveria ter saído. E a verdade é que muitos saíram quando se deveria ter feito o possível e o impossível para que continuassem nas Laranjeiras. Foi o caso com ele? Ou com Wendel? Com Scarpa? Com Richarlison? A lista é longa. A culpa é sempre do jogador?

Não tivéssemos sofrido a sangria de bons jogadores dos últimos anos (e que hoje segue com o Mário), e teríamos nesse momento uma verdadeira seleção, um time digno das nossas melhores tradições. Essa sim, a nossa verdadeira dignidade, hoje perdida. Gritar “É campeão”, comemorar títulos precisa voltar a ser rotina.

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7) Não demitiria o Odair sem dar-lhe um elenco antes. Não mostra ser grande treinador, mas ao mesmo tempo, soube fazer o time jogar bem em várias partidas. Mau treinador não é, sejamos justos. O elenco é que não o ajuda; a falta de peças de reposição, em momentos decisivos, a começar pelas finais do Carioca, foi óbvia.

8) Flu segue sendo um time que está no quase. Um pouco como o de 95. A entrada de dois ou três nomes mais pesados poderia dar uma guinada grande. Equilibrar os setores. Passar confiança aos garotos.

9) Cabe também subir a base e garantir que essa jogue. Se A, B ou C não funcionarem, nos jogos seguintes tentam-se outros, até chegar a X, Y, Z. Se ninguém presta na base, então por que se renovam contratos? E uma vez que se renovam os contratos, qual o objetivo senão aproveitar essa turma em cima? A ideia é ser campeão brasileiro sub-17, sub-20?

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10) Ideia fajuta de que o campeonato brasileiro é nivelado por baixo. Desde o início do Brasileiro, já saíram 17 jogadores pro futebol internacional. O Flu, para variar, é um dos que encabeça essa triste lista.

11) Projeto de gestão = montar time. Padaria vende pão, peixaria vende peixe, clube de futebol monta time. No mais, a diferença entre terminar em sétimo ou em décimo-segundo no campeonato brasileiro é de dez milhões. Não faz diferença ser oitavo ou décimo-quarto? Opaaaa… Repitamos então o mantra: “Queremos time!”

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Mais um 1 a 0 odairzesco. É isso aí, e vai ser até o fim. Ou, se mudar, só em outubro, a depender de quem chegue ou saia. No mais, sem elenco, ele faz o que dá. Sem um 9, sem um 10…

Nesta quarta, ao menos as substituições não foram o desastre de sempre. Até Miguel e André entraram. Aleluia!

Saudações tricolores.

Panorama Tricolor

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