Minhas impressões sobre a FluFest (por Thiago Muniz)

Amigas e amigos tricolores,

Depois de relutar por anos anteriores, decidi enfim conhecer a tão falada Flu Fest. A minha primeira impressão foi legal, eu admito; mas no sentido pessoal: eu nunca havia estado dentro do gramado das Laranjeiras – não era bem o gramado pois tinha blocos de metal, mas digo que fiquei feliz da ter uma ótica diferente, eu só tive antes a experiência da arquibancada. Foi uma sensação legal e creio que alguns torcedores possam ter esse tipo de percepção.

O valor pago no ingresso para mim valeu essa experiência e vira a página. Fui no domingo, dia do jogo contra o São Paulo. Na minha humilde inocência, achei que o evento ficaria mais cheio, mas me enganei “a burros n’água”, a tal ponto que andei por praticamente todos os cantos do evento sem dificuldade.

A euforia das pessoas foi desmilinguindo logo no primeiro gol do São Paulo e esse enredo foi se mantendo até o apito final. Nem o gol do Profético Xavier aumentou os ânimos, pois o próprio time não evoluiu e piorou com o terceiro gol dos paulistas; daí, foi água no chopp.

Para ser sincero, eu me senti um estranho no ninho nesse evento. É que parecia meio um puxadinho da praça São Salvador, com vários núcleos de pequenas turmas que já se conheciam e se fechavam neles mesmo. Esbarrei com dois conhecidos meus, uma influenciadora gente fina e um ex-colaborador do Panorama Tricolor que preferiu me ignorar.

Resolvi então rodar pelo evento e assistir aos shows após a partida melancólica. Na área VIP, o núcleo Venerável Sauna Quente toda feliz empoderada, rindo à toa, com alguns youtubers comendo e bebendo como se não existisse o amanhã.

Assisti ao show da Thathi, uma mistura de rock com axé; onde essa mistura oscilava em boas músicas com outras que dava vontade dar um tiro pro alto de tão ruim a mistura melódica. Cinco mangos, como diria Aracy de Almeida. Quando começou Felipe Araújo, o meu nível etílico falou mais alto a tal ponto de iniciar uma depressão – com todo respeito ao artista mas não é um estilo de música que me agrada.

Como diz Almir Sater: “Ando devagar porque já tive pressa…”; andei calmo até a área gastronômica e me deparei com todas as mesas sendo usadas e filas lotadas dos food trucks; um verdadeiro inferno pra quem só queria ingerir um pouco de sal e glicose pra garantir a dignidade do domingo.

Já que tinha desistido de comer, resolvi então fazer as minhas necessidades de bexiga cheia. Nisso eu tive êxito sem problemas, sem filas e piadas sem graça de bêbados. Molhei o rosto e comprei uma água pra voltar a realidade, já que o show estava me levando para um submundo desconhecido. Estranho no ninho estava, estranho no ninho fiquei. Juro que tentei esperar pra começar o show do Belo mas o ambiente já não ajudava mais. Ainda passei na loja oficial do Flu e ver se tinha algo que me interessasse, mas morreu o interesse quando me deparei com os preços, mais caros que o habitual.

Resolvi ir embora e tive a ligeira impressão que não queriam que eu fosse, porque perguntei para três seguranças onde ficava a saída e nenhum deles sabia. Me emputeci e perguntei para a simpática moça da limpeza que apontou o lugar certo para sair. Na saída o segurança me perguntou se realmente eu ia embora, eu me senti em Matrix quando Neil tem que escolher entre a pílula azul ou vermelha.

A Flu Fest parecia Nárnia, um mundo paralelo da realidade.

Comentário