O efeito Marcelo (por Paulo Rocha)

A volta de Marcelo ao Fluminense foi o grande assunto dos últimos dias no futebol brasileiro. Com ecos também na Europa, afinal, trata-se de um nome de primeira grandeza, apesar dos 34 anos. Um ídolo, cuja imagem já está rendendo dividendos ao clube que o revelou e, agora, o recebe de volta com os braços abertos.

Na minha opinião, foi um golaço da diretoria. E um dos principais ganhos será a renovação da torcida: qual moleque não conhece e admira o lateral da camisa 12 por suas façanhas tanto no Real Madrid quanto na Seleção Brasileira? Meu filho, de 14 anos, ficou exultante, afinal, é um craque da geração dele, personagem de vídeo game como Rivellino foi um dos meus botões.

Não sabemos o que ele entregará neste retorno. A idade pesa, mas categoria não se perde. Se jogará na lateral, preenchendo uma crônica carência tricolor (se for este o caso, com devida proteção organizada por Fernando Diniz), ou no meio campo, como em tempos passados fizeram Marinho Chagas e Branco, não sabemos. O que importa é Marcelo estar em campo.

Um misto de admiração e inveja dos rivais (esta última está bem claro de quem) temperou a notícia do retorno do craque. Que ele possa mostrar dentro das quatro linhas tudo o que vem exibindo fora dela: amor ao Fluminense, orgulho em vestir nossas cores, nostalgia do limiar de sua carreira. Marcelo é de Laranjeiras, de Xerém, da galera tricolor.

E ainda tinha gente que dizia ser ele torcedor de outro clube. Mentiras que inventam e nas quais acreditam. Tal qual uma parcela de nossa sociedade atual na esfera ideológica. O futebol é o espelho da vida. A renovação da torcida do Flu passa por Marcelo. E o mundo é das nossas crianças.