Manchetes tricolores (por TTP)

Se eu fosse muito louco, traria uma manchete cujo título seria: “Fluminense sente a ausência de Caio Paulista”. E no subtítulo estaria descrito: o time não venceu mais após transferência do jogador ao São Paulo.

Mas, como ainda não estou a ponto de atirar pedras em aviões, apenas digo que o Fluminense sofre de salto altismo, uma síndrome que acossa o futebol. Os jogadores que são contaminados por esta chaga passam a ter sintomas como atuar de chinelinho, nariz empinado e perda da voz após as derrotas.

No caso do Flu, a partida contra o Botafogo foi um exemplo maior desta enfermidade. Os jogadores, desde o minuto de silêncio (deseducadamente respeitado pelos torcedores), obviamente estavam realmente acreditando que Botafogo era apenas um bairro. Acabaram tendo de ser lembrados que por ali já passaram caras como Garrincha, Nilton Santos, Jairzinho, Quarentinha e até Seedorf.

A arrogância dos jogadores tricolores foi derrubada por um adversário consciente de suas limitações, porém aguerrido e dedicado em campo.

Mas não acabou nisso. Além da derrota polêmica no clássico, o Flu voltou a perder para o Volta Redonda, novamente por um tento a zero.

Derrota ainda mais vergonhosa, não porque desprezo o Voltaço, mas porque desprezo o que foi a atuação do Fluminense. Time sem sangue, sem alma, sem pulmão, sem vontade e sem vergonha.

Depois me veio outra manchete na cabeça: jogadores fazem corpo mole para derrubar treinador.

Ineditismo inexiste nestes casos.

Se é o que está nas Laranjeiras, não posso afirmar.

Quem terá de afastar qualquer suspeita de crise dentro do clube é o próprio time, mudando a sua postura em campo.

De preferência, o mais rápido possível.