Mais uma página do livro do Fluminense (por Claudia Barros)

O último confronto entre Fluminense e Internacional aconteceu pela 35ª rodada do Brasileirão de 2021.

Na ocasião, aquele Flu de Marcão, mesmo jogando em casa, dava a posse de bola para o adversário, jogava no esquema 4-3-3 e tinha na linha defensiva seu principal trunfo com Marcos Felipe, David Braz, Luccas Claro, Samuel Xavier e Marlon.

O meio de campo sofria de uma acefalia descomunal. Formado por Wellington, Calegari e Yago, pouco criou. À frente, o jogo se iniciou com Luiz Henrique, Caio Paulista e Fred.

O Flu ganhou por 1 a 0, com gol de Fred, de pênalti, aos três minutos do primeiro tempo. O time pavimentava, assim, a comemorada classificação para a pré-Libertadores de 2022.

Era mais uma tarde em que, mesmo ganhando, a torcida reclamava da falta de criatividade do Fluminense. Além do gol, o Flu teve, pelo que recordo, três outras oportunidades.

Um cruzamento de Luiz Henrique para Fred, na pequena área. O artilheiro nem de longe teve a força física de outrora para chegar no tempo que a bola exigia.

Uma jogada espírita de Caio Paulista que, ao driblar dois defensores do Inter, quase marca um golaço.

Uma cabeçada de Luccas Claro que tirou a famosa tinta da trave adversária.

De resto, o Flu sob os olhos apaixonados de mais de 18 mil torcedores no Maracanã, fez o suficiente na retranca para não levar gol do Inter e garantir os pontos da vitória.

O Fluminense que encara o Internacional, pela terceira rodada do Brasileirão de 2022 tem algumas semelhanças com esse time do ano passado: a base é praticamente a mesma; o sistema defensivo continua sendo o trunfo do time, apesar das últimas más atuações naquele setor, e a instabilidade técnica e tática continuam.

Mas o que há de diferente e que merece destaque?

Primeiro destaque, o retorno ao Fluminense daquele que é ícone tanto no Flu quanto no Inter: Abel Braga. Campeão carioca de 2022, Abel segue travando lutas internas que podem ser inglórias. Por exemplo, arrumar o esquema com três zagueiros para encaixar alguns jogadores. Ou, padecer de falta de qualidade nas laterais do time, o que faz a torcida clamar pela entrada de Marlon, na esquerda.

Segundo destaque, Ganso vive, talvez, o seu melhor momento no Fluminense. Entrando com frequência e entregando qualidade do meio de campo tricolor, tem sido um bálsamo aos nossos olhos, conseguindo alterar, com a sua entrada, o panorama de jogos sofríveis. Foi o que aconteceu, por exemplo, contra o Vila Nova pela Copa do Brasil.

Neste 23 de abril, Dia Mundial do Livro, o Flu entra novamente em campo pelo Brasileirão, no Maracanã, e desde já não pode perder pontos, haja vista a máxima de que campeonato de pontos corridos se ganha conquistando todos os pontos em casa e o máximo possível, fora de casa.

Que o Flu escreva no Maracanã mais uma bela página do seu centenário livro.