As novas linhas do Flu 2023 (por Vitão)

Saudações tricolores, amigos do PANORAMA! Sejam bem vindos para a jornada 2023 do Tricolor.

O Flu iniciou bem a temporada, em todos os aspectos. Fisicamente, surpreendeu por ser o retorno das férias, por ser o primeiro jogo do ano e ainda por cima enfrentou um calor infernal no Estádio da Cidadania.

Tecnicamente, muitos jogadores se reapresentaram com o mesmo nível que terminaram a temporada passada, como Manoel, Samuel, André, Martinelli, Ganso e, principalmente, Árias. Este, tem tudo para explodir neste ano, entregando ao time muito mais do que entregou em 2022. O colombiano vai além do cumprimento de suas funções. Com sua intensidade e precisão, ele fornece a objetividade que o sistema de controle da posse necessita. André e Ganso, como sempre, também jogaram muito.

No aspecto tático, foi importante perceber a manutenção fiel ao padrão de jogo Na etapa inicial, Diniz respeitou a meritocracia e manteve o time que findou a temporada passada. O Flu montou sua teia pelo flanco direito, trabalhou bem a bola e construiu jogadas, mas abandonou o lado oposto, deixando de ter ocupação e amplitude justamente onde sobrava espaço.

Da esquerda para a direita, o Tricolor conseguiu inverter boas bolas com Calegari e Ganso, mas da direita para a esquerda não tinha como fazer o mesmo. Yago veio muito para aproximar-se do eixo da jogada e Calegari, sozinho, ficou mais preso para não desproteger o setor. Abaixo o campo tático da etapa inicial e a ilustração do que foi exposto neste parágrafo.

No intervalo, Diniz poupou Ganso e lançou Lima. Alguns minutos depois, tirou Yago Felipe, que estava sem função, e colocou Keno. Yago fez uma partida voluntariosa, mas com o Resende talhado para o contragolpe, não precisava de mais um homem para compor o meio. Seria muito mais útil um jogador mais agressivo e que busca o fundo no lado oposto de Árias, o que proporciona ao Tricolor a possibilidade de chegar ao fundo pelas duas beiradas.

Com as substituições, Árias circulava para o eixo da jogada, mas tomava mais conta do flanco direito, enquanto Keno, bastante incisivo, dava conta de produzir jogo pela esquerda. Abaixo a ilustração tática do Fluminense escalado por Diniz na etapa final, o que desenha algumas ideias do técnico para o deslinde da temporada.

Diniz iniciou, como já dito, erguendo a meritocracia. É a sua forma de ganhar o grupo e manter todos motivados. Mas já podemos enxergar mudanças e possibilidades que poderão ocorrer.

A alteração de Yago por Keno não foi somente técnica, mas sobretudo tática, visto que saiu um meia de contenção para a entrada de um autêntico ponta driblador. A tendência é o atacante ganhar a vaga de Yago e o Flu passar a atuar em um 4-2-3-1 mais equilibrado, com o time ganhando passagem e qualidade pelos dois lados.

Falta a estreia de Jorge, apesar de Calegari ter se apresentado muito bem. Lima foi discreto e precisamos de vê-lo ao lado de Ganso, vindo mais de trás e desafogando nosso 10 na criação. Por fim, o importante foi estrear bem e começar o ano vencendo. Que seja a primeira de muitas! Salve o Tricolor!