Libertadores apimenta os Fla-Flus (por Paulo Rocha)

Os desígnios que o futebol pode proporcionar são capazes de explicar o porquê deste esporte ser tão apaixonante. Como se não bastasse ser o Fla-Flu, em dois atos, a decidir o Campeonato Carioca, o duelo será entremeado pelas respectivas estreias dos rivais na Libertadores. Um roteiro mais que interessante, inusitado, sensacional.

Tanto Fluminense quanto Flamengo farão viagens longas entre o primeiro e o segundo clássico da decisão estadual. Os tricolores irão a Lima, no Peru, encarar o Sporting Cristal; os rubro-negros, a Quito, capital equatoriana, medir forças com o Aucas.

Se por um lado o adversário do Flu é mais conhecido no cenário sul-americano, por outro não haverá o fator altitude. Além disso, a viagem é bem menos desgastante. Apesar de enfrentar uma equipe, teoricamente, menos temível, o Fla viverá o drama de atuar a quase três mil metros acima do nível do mar.

Portanto, a logística dos clubes será importante demais com vistas ao segundo Fla-Flu da final. Voos serão fretados para que as voltas de ambos ao Brasil sejam menos desgastantes. Como os jogos acontecerão no mesmo dia, quarta-feira, ninguém levará vantagem neste aspecto, distância à parte.

Se um Fla-Flu por si só já é emocionante, imagine esses duelos que decidrão o Carioca. Sem falar na qualidade dos times e da atual fase de polarização no domínio estadual. Pois vem a Libertadores e adiciona um tempero ainda mais picante a esse épico confronto.

É hora do Fluminense mostrar a mística de sua camisa, mais uma vez. De novamente desafiar os paradigmas, de encarnar o Time de Guerreiros cantado por sua torcida. Há quase 40 anos esse bicampeonato carioca está entalado em nossa garganta. Que lá de cima, do Paraíso, Assis possa nos inspirar. E nos abençoar.