Intensidade, força, rapidez e ofensividade (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, as notícias que nos chegam dão conta de que o Fluminense atuou no jogo treino de ontem com a seguinte formação: Rodolfo, Ezequiel, Ibañez, Digão e Marlon; Airton e Bruno Silva; Luciano, Matheus Gonçalves, Everaldo e Yony González.

A princípio, tal formação sugere um time atuando no 4-2-4, o mesmo da Seleção Brasileira, ressalvadas as devidas proporções, atacando no 2-4-4 ou 3-3-4. O 3-3-4, eu tirei da informação de que Airton afundava entre os zagueiros para fazer um trio defensivo durante a transição ofensiva. Além disso, chega outra informação de que os laterais atuavam de forma bastante ofensiva, o que fornece um bom panorama da movimentação tática do Fluminense, que deve recompor no 4-4-2.

Duas coisas chamam atenção nessa formação. A primeira é a presença de dois volantes altos, fortes e capazes de, em boa forma, atuar com muita intensidade, como fizeram Bruno Silva e Airton no Botafogo em 2017. O outro ponto que chama atenção é a presença de quatro atacantes, mas não é só o fato de ter quatro atacantes, mas as características presentes nesse quadrado ofensivo.

Deduzo que Diniz pretende nos presentear com um time que reúne como principais predicados a intensidade, a força física, a rapidez e a ofensividade. Dos quatro homens de ataque, apenas um, Luciano, não tem a característica de partir para dentro dos adversários. Isso mostra que teremos um time que busca o gol incessantemente e atuaremos de forma vertical. É o que indica, também, a conduta ofensiva dos laterais, ainda que um deles seja o Marlon.

A única coisa que eu não vi nessa formação do Diniz foi o tão decantado toque de bola refinado. O que podemos imaginar é o toque de bola objetivo e com muita movimentação, principalmente no entrelinhas dos adversários que pensarem em nos marcar avançados.

Bom, mas vocês devem querer a minha opinião a respeito. A minha opinião é de que Diniz me surpreendeu. Montou um esquema de segurança, que é, ao mesmo tempo, ousado, pragmático e com muita chance de dar certo, sobretudo em função do tipo de elenco que temos. O conjunto de características que intitulam esse artigo, se traduzidas em realidade, é muito bom em se tratando de futebol: intensidade, força, rapidez e ofensividade.

No ano passado, eu olhava para o campo, via Everaldo e Luciano no ataque. Aquilo não me dizia nada. Quando vejo quatro atacantes para dialogarem entre si, consigo imaginar os dois subindo de produção. Com apoio ostensivo dos dois laterais, vejo um Fluminense extremamente ofensivo e perigoso.

Em resumo, o que posso dizer é que Diniz sacou da cartola um conceito que não passava nem de longe pela minha mente, mas que faz todo sentido. O melhor, porém, é que esse esquema é um ponto de partida extremamente satisfatório para uma evolução gradual para alguma outra coisa que eu não sei ainda o que é. Talvez essa evolução não se dê em termos de mudança de esquema, mas de substituição gradual de peças.

Eu vejo jogadores como Gilberto, Zé Ricardo, Luiz Fernando, Daniel, Caio Henrique, Dodi, Matheus Pato, João Pedro e Pedro como grandes candidatos a uma vaga no time titular. O tal Caio Henrique, inclusive, me parece uma boa contratação, apesar do histórico recente não ser dos mais satisfatórios. Tem a característica de refinamento que não encontro em nosso meio de campo na forma como está proposto.

De qualquer forma, o que nos resta é esperar a estreia para ver como tudo isso funciona dentro de campo. Repito: não vi, mas gostei do que vi até agora.

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Eu juro que nunca cornetei desse jeito, mas o pessoal do site oficial parece que andou abusando da goiaba. O título da matéria sobre a derrota para o Minas na Superliga diz que o time jogou bem, mas acabou derrotado. Se perder um set de 25 a 11 sem esboçar reação, com um time todo baratinado em quadra, é jogar bem, eu não entendo mais nada.

O Fluminense só foi melhor no terceiro set, quando o Minas sofreu um apagão em quadra, talvez decorrente da facilidade oferecida pelo Fluminense no set anterior. Mesmo assim, depois de disparar na frente, passamos um sufoco danado para fechar o set.

Eu sei que o site é oficial, mas não tem problema ser realista, porque os fatos devem ser narrados como eles são. Já basta a gente viver num país movido a mentiras e faz-de-conta.

Saudações Tricolores!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri