O Fluminense irrita e cansa seus torcedores.
Muito além da campanha medíocre no Campeonato Brasileiro, onde o time parece que não irá passar do meio de tabela, devido as suas oscilações, o que mais tem irritado o torcedor tricolor (pelo menos aqueles que de fato ainda se dão o trabalho de se preocupar com o clube) são as “vendas”, que mais parecem doações, dos jogadores formados em Xerém.
O último caso envolve o meia atacante Isaque de 17 anos que está muito próximo de ser vendido para o Shaktar Donetsk, mesmo clube que comprou no início do ano o jovem atacante, também revelado pelo clube, Kauã Elias.
Os valores, segundo os setoristas que cobrem o clube é que a venda deve ser próxima ou um pouco mais de 9 milhões de euros, mas sem passar muito disso.
Porém, além do baixo valor, o que chama a atenção é a quantidade de jogadores que se destacam nas categorias de base e sequer conseguem ter uma sequência no time principal do Fluminense, e isso não é de hoje.
É o caso do lateral esquerdo Jefté, que antes mesmo de jogar no time de cima foi vendido para o Apoel do Chipre, depois se destacou no Rangers da Escócia e agora está de volta ao futebol brasileiro contratado pelo Palmeiras,
Ou de Esquerdinha, vendido ao Queens Park Rangers da segunda divisão da Inglaterra, com o clube alegando a “indisciplina” de um jovem de menos de 18 anos, como um dos motivos da venda. Kauã Elias já mencionado, vendido com menos de um ano no time principal e por ai vai, os exemplos são muitos.
Na maioria das vezes são jogadores que jogam muito no time de juniores, conquistam títulos na base, prometendo ser grandes promessas, com grandes europeus de olho, mas que sempre param em clubes de terceira ou quarta prateleira da Europa e por valores inacreditavelmente baixos. Desanima.
Desanima porque enquanto um Isaque está sendo vendido por menos de 10 milhões de euros, o Fluminense gasta mais de 30 milhões de reais em jogadores como Soteldo, que mal chegou ao clube já teve duas sérias lesões. Ou jogadores como o zagueiro Igor Rabello, que chegou ao Fluminense com histórico de lesões sérias recentes e pasmem, não pode jogar nem a Copa do Brasil e nem a Copa Sul-Americana, por já ter atuado por ambas vestindo a camisa do Atlético Mineiro. E o mais bizarro disso tudo é o clube forçando uma imagem de “moleque de Xerém” de um jogador que quando garoto só jogou pelo futsal no Fluminense e foi dispensado depois.
Sem querer fugir do objetivo desse texto, a sensação que passa é que o torcedor tem que parar de se iludir e de se empolgar com os meninos que vem de Xerém, visto que são pouquíssimos que de fato constroem uma carreira no clube. Em sua grande maioria são vendidos por valores bizarros, antes de chegaram a fazer 5, 6 jogos no time de cima e são vendidos para clubes sem expressão na Europa, e sempre os mesmos clubes.
A triste verdade, torcedor tricolor, é que Martinelli e André, não são a regra e sim exceção. E vale lembrar, sempre lembrar, André estava quase certo de ir para o CRB, antes da lesão de Hudson (uma das contratações bizarras dessa gestão), que fez com que o clube desistisse de emprestar o jovem jogador, para aí sim ter chances no time principal.
Muito desanimo e indignação. Particularmente, e aqui falo apenas por mim, não acredito mais em mudanças no Fluminense. Me encontro totalmente desiludido na política do clube. Mas seguirei torcendo, vestindo minha camisa tricolor e denunciando o que fazem com o Fluminense Football Club e com seus principais ativos.
Saudações tricolores!