Libertadores é guerra (por Paulo Rocha)

Volto ao PANORAMA, após breve período de ausência, repetindo uma velha máxima da torcida tricolor: se não tem drama, não é Fluminense. E o sofrido duelo da noite de terça-feira em Buenos Aires, pela Libertadores, foi mais um capítulo desta sina que nos acompanha de geração em geração.

Começamos o jogo de maneira covarde, retraídos, assustados. Temi por uma repetição do que houve diante do River no Monumental de Núnez, ainda mais quando o Argentinos Juniors saiu na frente. imaginei que tomaríamos uma porrada de improvável reversão.

Contudo, com o decorrer dos minutos, o rendimento melhorou. Colocamos a bola no chão, trocamos passes, o controle passou a ser nosso. Mesmo assim, em duas entregas de paçoca (diga-se: o gol que sofremos também foi fruto de falha defensiva), fomos salvos por Fábio.

Na segunda etapa, parecia que o empate não tardaria a acontecer. André chutou na trave e quase aproveitou o próprio rebote. O Fluminense estava melhor em campo quando sucedeu o incrível lance envolvendo Marcelo e o zagueiro deles. Uma chocante fatalidade.

E não é que o juiz expulsou nosso craque? Libertadores tem dessas coisas – ainda mais contra os brasileiros. Pensei que tudo estaria perdido e que, se terminasse só 1 a 0 pros caras, ficaria de bom tamanho para tentarmos reverter no Maraca.

Mas aí o destino, finalmente, conspirou a nosso favor. O goleiro do time argentino (com todas as substituições permitidas já feitas) foi expulso. Com um atleta de linha no gol, ainda que faltasse pouco tempo, seria difícil resistir ao Flu, novamente em igualdade numérica de jogadores. E Samuca, com um chutaço, evitou a derrota tricolor.

Terça-feira que vem, no Rio, não teremos Marcelo. Mas Diogo Barbosa, que chegou tão criticado, deu conta do recado nas partidas em que atuou. A galera vai lotar o Maracanã e o espírito terá que ser guerreiro – Libertadores é guerra. Superando este desafio, ganharemos casca para seguir em frente rumo ao nosso sonho. Estamos vivos.