Amigos, amigas, estive no Maracanã na noite de terça-feira para assistir ao jogo mais esperado da rodada da Libertadores da América. Estariam em campo duas equipes habilitadas à condição de candidatas ao título da competição.

O clima do Maracanã era de extrema leveza. Curioso que tal clima contrastasse com o da partida contra o The Strongest, em que o Maracanã transpirava tensão. Ao contrário, na noite de terça tudo era entusiasmo e fé, mesmo diante de um adversário que veio disposto a brigar pelo controle da intermediária.

O problema do River, líder do Campeonato Argentino com seis pontos de vantagem sobre o segundo colocado, foi apostar em truculência e intimidação como armas para controlar a partida, mesmo tendo e demonstrando capacidade técnica para fazer um primeiro tempo equilibrado. O empate foi justo pelo que apresentaram as duas equipes.

Os argentinos até começaram a segunda etapa tentando prevalecer em campo, mas o Fluminense foi rápido em mudar o cenário e assumir o controle da partida, logo fazendo o segundo gol e quase marcando o terceiro, ainda que o River tivesse oportunidade preciosa para empatar.

Só que a estratégia de distribuir botinadas acabou culminando na expulsão, por volta dos 20 minutos, de um de seus atletas. Se o Fluminense já era melhor naquele momento e o terceiro parecia questão de tempo, a superioridade numérica colocou o River nas cordas. Vieram então o terceiro, o quarto e o quinto, transformando o lindo caldeirão do Maracanã em verdadeiro estado de êxtase, que desceu as rampas da arquibancada e tomou as ruas.

Não há muito mais que se dizer sobre o jogo. O Fluminense foi formidável e o River, apesar do resultado e do placar, mostrou suas credenciais. O mais importante, talvez, tenha sido a combinação de resultados. O Strongest perdeu para o Cristal em Lima. Como consequência, o Fluminense chegou a 9 pontos, deixando com apenas três os demais competidores.

Faltando três rodadas para o final da fase de grupos, só um desastre de proporções inimagináveis nos tirará das oitavas de final. Ainda que perca os dois próximos jogos e River e Strongest vençam os seus, chegaremos à última rodada com as três equipes empatadas em nove pontos, sendo que ambos se enfrentam, de modo que o Fluminense pode se classificar mesmo perdendo as últimas três partidas, o que não vai acontecer, até porque o Cristal é o adversário da última rodada no Maracanã.

A tarefa do Fluminense na Libertadores é, a partir de agora, somar pontos para tentar ter a melhor campanha da primeira fase e garantir poder decidir em casa os jogos das fases de mata-mata, inclusive a decisão, em jogo único, que será no Maracanã.

Diante disso, voltemo-nos ao Campeonato Brasileiro, em que teremos o Vasco como adversário no próximo sábado, o primeiro de uma sequência de três jogos, a primeira, pela competição mais importante do país. Espero o resultado dessa partida para então analisar os demais jogos que virão no mês de maio, quatro pelo Brasileiro, um pela Libertadores e dois pela Copa do Brasil, que ganhou proporções épicas ao colocar frente a frente, pelas oitavas de final, Fluminense e Dissidência.

Mas vamos deixar isso para um pouco depois. O foco é todo na partida contra o Vasco, que concluirá a primeira sequência de quatro jogos no Brasileiro, podendo levar o Tricolor a uma posição privilegiada e confirmar mais uma vez o acerto no planejamento da comissão técnica.

A má impressão deixada pela derrota inglória para o Fortaleza foi dissipada como deveriam ser todas as mentiras. Não que o jogo do último sábado tenha sido uma ilusão. Ela, de fato, aconteceu, mas a repercussão beirou o delírio, gerando dúvidas irracionais e a negação de tudo que víramos até então.

A verdade está restabelecida. O Fluminense continua sendo uma das maiores forças competitivas da América e candidatíssimo a todos os títulos. Se vai ganhar todos, o que tenho a dizer é que podemos perder todos, mas é muito bom saber que temos tudo para ganhar.
Parabéns à torcida, que proporcionou um espetáculo à altura da tradição da Mais Extraordinária Força Popular do Planeta, interferindo no destino do jogo com a força do seu canto e a grandeza do seu coração.
Saudações Tricolores!