Oswaldo e o futuro tricolor (por Hugo Jácome)

Sábado passado, o Fluminense teve sua primeira vitória sob o comando do Oswaldo de Oliveira. Um a zero sobre o Fortaleza e três pontos na conta, mas, sem muita euforia. Um resultado importantíssimo para o momento. A situação no campeonato ainda é difícil, apesar da rodada favorável. Além disto, duas pedreiras vêm na sequência, com dois jogos fora do Rio de Janeiro: Palmeiras, em São Paulo, e Corinthians, em Brasília, em mais uma daquelas vendas de mando para lá de questionáveis.

A perspectiva para os dois jogos não é das melhores. Na chegada do Oswaldo, muito foi falado, inclusive neste espaço, sobre o que podia ser mantido do trabalho do Diniz e aquilo que podia ser aperfeiçoado. Uma base existia, mas eram necessários ajustes. O acerto mais urgente era o ajuste na recomposição defensiva. O novo treinador, por outro lado, efetivou Ganso como segundo volante e o Nenê como o camisa 10. Contra o Fortaleza, pela ausência do Allan, Airton assumiu a camisa 5.

Resultado favorável à parte, a escolha foi muito ruim. Os três pontos vieram muito às custas da falta de qualidade ofensiva do Fortaleza e da tarde inspirada do nosso goleiro. O time esteve exposto, vulnerável e aberto a contra-ataques o jogo todo. O Ganso dá uma saída de bola interessante e quando está próximo da jogada ajuda na marcação, mas tem uma recomposição muito ruim. O Airton não tem a menor condição física. Já o Nenê, por muitas vezes, se postou ao lado do João Pedro, jogando quase em um 4-2-4.

Isto posto, o Fortaleza encontrou muito espaço entre a linha de defesa e a de meio campo do Fluminense. Fosse um time mais qualificado, como são os dois próximos, seria desastroso. Sorte a nossa que o ataque deles teve, em alguns momentos, Wellington Paulista, Oswaldo e Romarinho. Nos momentos em que conseguiram suplantar as próprias deficiências de construção de jogada, os jogadores do Fortaleza esbarraram na ótima partida do Muriel.

A montagem do meio de campo pelo treinador tricolor foi muito infeliz. Lentidão, dificuldade de recomposição e pouca cobertura à zaga tricolor, que já é bem frágil. Para os jogos que vêm na sequência, espero que o Oswaldo seja um pouco mais resguardado atrás. A missão não será fácil, já que o próprio elenco não foi bem estruturado. De toda forma, é preciso repensar a escolha feita no último sábado. Uma ótima opção seria o Caio Henrique ir para o meio de campo, jogando ao lado de um primeiro volante (Allan, Airton ou Yuri), soltando o Ganso para ser o 3º homem de meio e deixando o Nenê para construção das jogadas ofensivas e com liberdade para atuar pelas pontas do campo.

O grande problema, no entanto, é o cobertor curto que é nosso elenco. Ao lançar o Caio Henrique para o meio, deixa a lateral esquerda sem um dono. A opção seria improvisar o Igor Julião, já que o Mascarenhas não sai do departamento médico neste ano. Infelizmente, o elenco não oferece grandes opções. O certo é que se faz necessária uma maior atenção ao meio de campo. Difícil acreditar em um bom resultado nos próximos jogos com estes meias que protegem tão pouco sua defesa.

Que o bom resultado de sábado não traga a impressão de que está tudo ajustado e que tenham o cuidado necessário com o sistema defensivo nos próximos jogos. Se em condições normais já seriam resultados difíceis, se errar na escalação, os bons resultados serão praticamente impossíveis. O panorama para os dois jogos da sequência não é bom, no entanto, com uma boa escalação, muita transpiração e, principalmente, uma dose considerável de sorte, é possível pontuar em um dos jogos.

Panorama Tricolor

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