Futebol, violência e empatia (por T. T. Paixão)

Não há como, meu caro leitor, falar de futebol em 2023 sem falar de Fluminense campeão da Libertadores.

Porém, não conseguimos falar de futebol sem ter de falar também em violência. Dentro e fora do estádio.

Recentemente, vimos na Vila Capanema torcedores de Coritiba e Cruzeiro protagonizarem uma batalha campal após invadirem o campo.

No Maracanã, torcedores brasileiros e argentinos se envolveram em uma confusão que acarretou ações violentas por parte da Polícia Militar, que se justificou alegando falhas da organização do evento.

Fora dos estádios, a violência toma conta de toda a sociedade, a ponto de testemunharmos o ex-jogador – e atual dirigente tricolor -Fred sofrer um assalto a mão armada em Ipanema, no Rio de Janeiro.

Falando em trânsito, na BR-267, o jovem Wiris, que atuou pelo Fluminense sub-23, perdeu sua vida após acidente de trânsito na altura do município mineiro de Lima Duarte.
Esses são apenas alguns exemplos de como nossa sociedade caminha a passos incansáveis na direção de sua própria destruição.

Mas em meio a estas e outras tantas desgraças, uma figura aparece para acender um fio de esperança: Guilherme Gandra, apelidado como garoto Gui.

Guilherme ficou conhecido após seu pai divulgar um vídeo de seu reencontro com a mãe ao acordar de um coma de 16 dias. O pequeno Gui foi diagnosticado no nascimento com epidermólise bolhosa, uma doença rara que atinge quatro crianças em um milhão no país.
Este pequeno herói já passou por 23 internações e oito cirurgias.

Após a divulgação do vídeo o jogador Gabriel Pec, do Vasco, acabou “adotando” o menino, que acabou virando uma espécie de torcedor ilustre do clube.

E Gui não se satisfez em conquistar apenas a simpatia dos vascainos, pois após o título do Tricolor na Libertadores da América, ele gravou um vídeo homenageando a conquista do Fluzão.

Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, foi pessoalmente presentear Gui em São Januário com uma camisa do Tricolor Cearense. E também o América Mineiro brindou o menino com um kit do clube, contendo uma camisa oficial.

Gui é mais do que uma criança simpática. Ele é uma advertência a todos nós, que fazemos parte da humanidade, de que se não houver caridade, que é o amor fraternal, a raça humana acabará em poucas eras.

Que possamos voltar a comemorar títulos do Fluzão como esse da Libertadores, mas que também possamos aprender a conviver pacificamente uns com os outros.

O mundo é legal pra caramba, meu caro leitor, se você souber viver.

Abraços, fui.