Fortaleza 1 x 1 Fluminense – O risco dos resultados enganosos (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, em que pese o resultado obtido, que está longe de ser uma tragédia, a exibição do Fluminense na noite deste domingo foi preocupante.

Preocupante, porque pela segunda vez seguida tivemos um adversário que esteve à altura da vitória. Já contra o Santos, tivemos atuação ruim e achamos um gol. Hoje, quando tivemos um simulacro de bom futebol no início da segunda etapa, marcamos um gol de bola parada e raros foram os momentos em que criamos dificuldades para a defesa adversária, assim como no jogo de quinta-feira.

Aquele Fluminense de quatro partidas promissoras se apagou e deu lugar ao Fluminense previsível, com exceção do empate contra o Bragantino, fora de casa, em que fomos buscar o empate depois de estar perdendo de 2 a 0, sem que em momento algum o adversário nos tenha sido superior.

No jogo deste domingo nos contentamos em bloquear as ações do adversário e dar chutões para a frente quase que durante 90 minutos. Não existe isso de abrir mão da bola. A escolha de nos negar a bola tem que ser do adversário, não nossa. Diga-se de passagem, o referido jogo contra o Bragantino foi aquele em que mais ficamos com a bola e em que criamos mais oportunidades de gols até mesmo que o adversário.

André não esteve bem, cometeu alguns erros que colocaram nossa defesa em perigo. Fred teve a pior atuação do ano, foi peça nula em campo. Nenê teve alguns lampejos. Caio Paulista compensa seus erros técnicos com a ousadia de tentar jogadas individuais e a saúde de sempre para compensar nossas deficiências em imposição física.

Martinelli esteve abaixo das atuações de outros jogos, Egídio cometeu muitos erros e sobrou para a santíssima trindade evitar uma derrota. Marcos Felipe voltou a ter ótima atuação e a dupla de zaga sobrou na turma. As substituições não surtiram qualquer efeito. O jogador mais qualificado para tentar mudar a dinâmica do jogo não entrou em campo. Estou falando de Kayky.

Ganso é mais produtivo que Cazares. Também deveria ser uma opção mais utilizada. Poderia, inclusive, ter entrado no lugar de André. Aliás, até Gabriel Teixeira esteve apagado hoje. Yago fez falta pela intensidade que dá ao jogo, tanto na marcação quanto na transição ofensiva.

O saldo de duas partidas muito ruins é de quatro pontos e três de distância da liderança. Isso é ótimo, porque sabemos que o Fluminense pode ser muito melhor que isso, mas é preocupante porque os resultados positivos justificam os erros e encobrem problemas que estão se realimentando a cada jornada.

Próximo jogo em Goiânia. Atlético GO, que é um adversário enjoado, como já tivemos a oportunidade de comprovar. Se jogarmos mal e vencermos, ótimo, porque são três pontos, mas se fecharmos os olhos para as más atuações, isso não vai se sustentar. O Fluminense, da forma como é pensada por Roger, só é sustentável se tivermos objetivos pequenos.

Vale lembrar que estamos nas oitavas de final da Libertadores e da Copa do Brasil. Vale lembrar, ainda, que o Fluminense não conquista um título brasileiro há nove anos. Há que se ter ambição acima de qualquer outra coisa.

Saudações Tricolores!