FLUMINENSE CAMPEÃO DA AMÉRICA (por TTP)

CHEGA DE HUMILDADE 2023, MEU BEM

(Adaptação do texto original de Nelson Rodrigues, “Chega de Humildade”, jornal O Globo, 16/06/1969)

Amigos, a humildade acaba aqui.

Desde ontem o Fluminense é o campeão da América.

No maior jogo de todos os tempos, o Tricolor conquistou a sua mais bela vitória. E foi também o grande dia do Estádio Mário Filho.

A massa “pó-de-arroz” teve o sentimento do triunfo. Aconteceu, então, o seguinte: — vivos e mortos subiram as rampas. Os vivos saíram de suas casas e os mortos de suas tumbas. E, diante da plateia colossal, Fluminense e Boca fizeram uma dessas partidas imortais.

Daqui a 200 anos a cidade dirá, mordida de nostalgia: — “Aquele FLU-BOCA!”. Ah, quem não esteve ontem no Estádio Mário Filho não viveu. E o Fluminense fez uma exibição perfeita, irretocável. Lutou com a alma indomável do campeão. Ninguém conquista o título num único dia, numa única tarde. Não. Um título é todo sangue, todo suor e todo lágrimas de um campeonato inteiro.

(…) Olhem para trás. Da rodada inaugural até ontem, não houve time mais regular, mais constante, de uma batida mais harmoniosa. Mas foi engraçado: — por muito tempo, ninguém acreditou no Fluminense, ninguém. Um dia, John Kennedy veio de São Paulo. Era o ponta-de-lança mais esperado que um Moisés. Queríamos um goleador. E nunca mais se interrompeu a ascensão para o título.

Foi dele o toque final, que merecidamente onde o destino havia lhe reservado. O destino devolveu ao clube o que lhe era de direito e lhe haviam privado desde 2008.

Parabéns ao clube e parabéns família Zanzibar, a grande responsável por essa vitória fenomenal.