Fluminense 7 x 0 Volta Redonda (por Edgard FC)

Para um Maracanã semi-lotado nessa volta das semifinais, o Fluminense teve toda a semana para se preparar, enquanto o Voltaço jogou e se classificou na quarta-feira à noite ante o carrasco tricolor: Atlético-GO, lá em Goiânia.

Já nos primeiros minutos o Fluminense se impôs, fazendo seu jogo a despeito do adversário cansado, e tratou de liquidar logo a fatura: Keno fez sambarilove no flanco esquerdo, adentrou a área e cruzou rasteiro para trás, Samuel Xavier se lançou na bola e fez um a zero para o Flu de Akin Tesla iniciar seu processo de classificação às finais.

Nem bem a massa tricolor em um caldeirão fervente conseguiu se acalmar do primeiro urro, Germán Cano, após Arias bater falta para cabeceio do Nino e defesa do goleiro, pega o rebote e deixou lá dentro, para delírio de Mauro Jácome là no Distrito Federal.

Na parada técnica, Fernando Diniz soltou os cachorros em Alexsander, supostamente pedindo para que o jovem participasse mais nas jogadas ofensivas – a ironia é que o próprio treinador o sequelou na lateral. LMoleque de Xerém, debochado que só, roubou bola, acionou seus colegas e se mandou para receber passe cinematográfico de Ganso, como um atacante, deslocou a defesa e bateu, tirando qualquer chance do goleiro Vinícius, para o três a zero, com direito a pulinhos de Marcelo nas bancadas.

O jogo virou mera formalidade. O Fluminense fazia suas jogadas sem ser incomodado pelos auri-negros valentes da Cidade do Aço. Em lance lancinante, Arias recebe de Alexsander que tomou dos pés adversários a bola. O craque cafetero fez um passe aéreo buscando Martinelli; o Menino Prodígio, como diz Jácome, fez um cabeceio que Assis anotaria, a bola bate na baliza e enterra dentro do gol, quatro a zero e festa no Maracanã.

O Volta Redonda não conseguia dar sequência em nenhuma jogada, o Fluminense o empurrou contra às cordas e, no último suspiro do primeiro tempo apoteótico, Nino deu um passe à la Ganso: bola curta rolando no gramado em diagonal para Germán Cano, o artilheiro do Brasil deslocou Vinícius, para fazer cinco a zero. Fim de primeiro tempo.

Na segunda etapa, com quase tudo resolvido, só restando o tempo passar para sacramentar a vaga do finalista, Rogério Corrêa, que faz excelente trabalho na equipe de cidade homônima, vem com três alterações, num misto de desespero e descanso para alguns de seus atletas, mas nada adiantou, o Fluminense estava imparável no dia de hoje, tudo encaixava, os jogadores se movimentavam como em um espetáculo de Deborah Colker ou Cirque du Soleil, embora eu tenha uma queda mesmo é pela Lia Rodrigues e suas peças provocativas.

Ainda no início da segunda etapa, Fábio levou a pior em uma dividida com Bruno Barra. Após subida para tentar um cabeceio, o meia deixou o cotovelo cair no rosto do goleiro de quarenta e dois anos, que deixou o gramado para a entrada de Pedro Rangel, xará do Peruca, diria o Conde, mas ao mesmo tempo, retrucaria: abafa!

O jogo viveu momentos de arranca-rabo. Ganso muito irritado, levou cartão amarelo por reclamação.

O Fluminense seguia em seus ataques, esmigalhando o adversário, em boa jogada, Martinelli cruzou, a bola desviou na zaga e beijou a trave; um pouco depois foi a vez de Samuel Xavier parar na trave, em bela finalização. O Fluminense envolvia o adversário, mesmo em ritmo de treino, pois já nem era mais necessária tanta intensidade.

Em jogada de Arias na área, após receber um passe bem esticado, ele sofreu uma agressão de Alex Vinícius, zagueiro emprestado pelo Fortaleza ao Voltaço. O lance seguiu, mas o VAR fez Wagner Magalhães ver o que seu xará Victer já sabia: pênalti e cartão vermelho para o defensor. Cano bateu, sem chances ao goleiro, fazendo seu hat-trick ou tripleta, se isolando na artilharia do Cariocão do Rubinho, que deve estar sorrindo à toa com a renda da partida de hoje.

O jogo seguiu seu curso, com o Fluminense tratorando. Diniz fez suas mexidas, tirou Martinelli, Ganso e David Braz e oportunizou Lima, Pirani e Felipe Melo, pois queria ouvir os latidos non sense das arquibancadas. Keno ainda deixou mais uma bola beijar a trave, debaixo do gol, após Cano cabecear errado na pequena área. Mas o gajo ainda fez mais uma assistência: após arrancada em contra-ataque, da entrada da área, rolou para que Germán Cano pudesse fazer mais um, sete a zero, placar histórico, deixando seu quarto, se isolando com catorze gols, mesmo número de sua camiseta.

Hoje foi um dia de êxtase, de glória para o Tricolor. Amanhã saberemos se vamos enfrentar mais uma vez o rival histórico da praia do Pinto da Lagoa ou se teremos pela frente o freguês de São Cristóvão.

O Fluminense chega à sua quarta final seguida de Campeonato Carioca, feito que jamais havia acontecido em sua trajetória mais que centenária. Esperamos o Bicampeonato em abril para abrir a temporada vitoriosa no porvir.

Saudações Tricolores e Vitória Sempre!