Fluminense 5 x 1 River Plate (por Edgard FC)

Neste pós-feriado de dia do trabalhador (sim, por mais que se queira transformar essa data em patronal) somos todos agraciados com esse duelo sensacional de futebol: Fluminense x River Plate. Do lado de cá o Tricolor, da Máquina, dos Timinhos, do Time de Guerreiros, do lado de lá Los Millonarios, La Banda, El Más Grande. Dois verdadeiros gigantes do nosso mundo.

Queria ter levado a Nara ao Maracanã, para conhecer esse clima de competição continental, quem sabe contra o Cristal, ou nas oitavas, nas quartas, nas semis, na final. Vai acontecer.

Como de costume, os arredores do Maraca sofrem com o engarrafamento, fruto de intervenções por parte das autoridades, que já passados setenta anos desde a fundação do estádio, teimam em não melhorar os acessos.

Driblados os carros, ônibus, gente revoluteada a dar com pau, foi hora de brincar de ciranda nas grades da entrada da Arena de Copa do Mundo.

Cumprido todo o ritual – do qual ainda não me acostumei – hora de encontrar os amigos nas cadeiras, Andel e Marcelo, as chefias dos canais tricolores que dão voz a este boquirroto que vos escreve, sentir a adrenalina e verificar se está tudo nos conformes com o gramado, redes, luzes e demais esteios para o grande espetáculo.

A CONMEBOL, como quem imita a UEFA, usa de expediente similar à Liga dos Campeões da Europa, com musiquinha, equipes entrando juntas, adestrando o torcedor a ser um mero adorno ao jogo, mas a arquibancada ainda pulsa.

No gramado, um jogo quente, fervente, indicando indubitavelmente: é jogo de Pasión Libertadores, a Glória Eterna, único dos canecos que o Fluminense ainda não tem para encaixar em sua sala de troféus que, de tão espremida, quase não tem espaço para tantos.

Em um lançamento à moda antiga, tipo Canal 100, Marcelo pôs Keno a correr, para então passar a bola a Germán Cano, o artilheiro soube muito bem o que fazer: driblou um defensor e fuzilou as redes de Armani, não o Giorgio, mas o Franco que nada pôde fazer, só lamentar o um a zero, para delírio de todos os tricolores espalhados pelo mundo.

As bancadas viveram seu fulgor, menos o River, equipe cascuda, que não se intimidou. Foi avançando como uma equipe da NFL, de jarda a jarda, galgando espaço, chegou ao empate, após escanteio e bola invertida, De la Cruz tomou de Arias e cruzou para Beltrán marcar.

Lima substituiu Keno ainda no final do primeiro tempo, o que foi decisivo para que o Fluminense pudesse usar o que tem de melhor: a aproximação, potencializando as ações de Ganso, Arias, Cano, Marcelo. Além de liberar mais o Alexsander para que pudesse participar mais das ações ofensivas.

Na volta do intervalo a equipe de Buenos Aires tentava controlar o jogo à sua maneira, toque de lá, toque de cá, mas o Tricolor roubava bolas, como quem desbragadamente precisava correr para pegar o último ônibus, o cata-corno da Central.

Em belíssima jogada do lado direito, Arias tentou, mas seu chute foi travado, no rebote, toca para Ganso que, magistralmente rolou para Samuel Xavier rasgar a defesa e passar para Cano marcar o segundo dele e do Flu, reacendendo o caldeirão.

O roteiro não poderia ser melhor: em bola esticada pelo Fluminense, González Pírez foi expulso ao levar seu segundo amarelo por acertar o cotovelo em Cano nas barbas do árbitro.

Mesmo com um a menos, os platenses não desistiram; acostumados a jogar nessas condições, partiram para cima, mas em um contra-golpe rápido, Arias tabelou com Alexsander desbancando a defesa argentina com um ovinho, Jhon Arias ficou com a bola e ampliou para três a um.

Muito bom esse gol para o moral do nosso craque, após ter bobeado no gol adversário.

Mesmo cansado, o nosso novo Casal Vinte ainda aprontou mais uma, de novo e outra vez, Arias achou Germán dentro da área para realizar sua tripleta. Quatro a um.

Quando todos já imaginavam que bastaria, Jota Ká, que entrou para brincar cinco minutos, ainda encontrou tempo de sofrer duas faltas e após passe de Lelê, escorar para que Arias pudesse fazer o quinto do Fluminense. Um cinco a um para ninguém botar defeito. Uma vitória que tarimba à competição um de seus favoritos.

Terminada a partida, ninguém quis ir embora, a comemoração tomou conta e contagiou. Pode ser cedo para dizer, mas está sendo forjado em beskar o campeão. Como deve ser.

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Serviço do jogo:

Fluminense 5×1 River Plate

Libertadores – Fase Grupos 3ª Rodada
Maracanã, Rio de Janeiro-RJ

Terça-feira, 02/05/2023, 21:00h (Brasília)
Árbitro: Esteban Ostojich (URU)

Cartões amarelos: Felipe Melo, André, Lima (Fluminense), González Pírez, Enzo Pérez, Beltrán, Aliendro (River Plate)
Cartões vermelhos: González Pírez (River Plate)

Gols: Cano 28’, Beltrán 38’, Cano 52’, Arias 74’, Cano 86’, Arias 90’+1’

Fluminense: Fábio; Samuel Xavier, Nino, Felipe Melo (Vitor Mendes 70’), Marcelo (John Kennedy 88’); André, Alexsander; Ganso; Arias, Keno (Lima 41’) e Cano (Lelê 88’). Técnico: Fernando Diniz. 4-3-3

River Plate: Armani; Herrera, González Pirez, Mammana (Solari 62’), Casco; Pérez (Palavecino 83’), Aliendro, Fernández (Robert Rojas 70’), De La Cruz (Paradela 62’), Barco; Beltrán (Santiago Simón 83’). Técnico: Martín Demichellis. 4-3-3