Fluminense 2020, antes e depois da pandemia (por Leonardo Maia)

Final perdida é um negócio que demora a passar em mim. Fico remoendo as situações, relembrando chances desperdiçadas, lances mal pensados.

Nessa agora, não me conformo com o segundo tempo do segundo jogo dos três, – ou o primeiro das finais -, que claramente poderia ter decidido o campeonato para nós.

Somado tudo, me pareceu o seguinte: a decantada superioridade do Flamengo só foi vista mesmo nos seus atacantes. Pedro, por exemplo, fez dois gols decisivos em três jogos, e Gabigol, quando foi preciso, apareceu bem: acelerou e deixou Egídio a ver navios, justo quando o sufoco nosso era total sobre eles.

Atacantes que botam a bola para dentro, ou que fazem assistências certeiras: para mim, foi essa a grande diferença. E só. Aliás, vários jogos deles têm sido assim – não mostram grande futebol, mas os atacantes, na hora H, são decisivos, matadores. O melhor exemplo foi a final da Libertadores.

Na final do estadual, vimos isso se repetir. Ganharam por ter peças melhores no ataque.

Não que os nossos dois homens de frente não sejam bons. Ao contrário, são ótimos! Porém, não são tão goleadores.

Contaram também com a ajuda já esperada dos nossos laterais, que voltaram a falhar, entregando todos os quatro gols que sofremos, nos três jogos.

E, por fim, as escolhas do Odair, nas substituições, pouco ou nada acrescentaram, nem mudaram o panorama dos jogos. O elenco é fraco? Eu acho. Mas, ele poderia ao menos ter apostado em algum sub20, em lugar de só insistir com o Caio Paulista.

Ou seja, precisamos ir atrás de atacantes. É algo que nos falta, e a meu ver, seria a prioridade de contratações para o Brasileiro. Um goleador. Pelo menos um. E não creio que Fred irá cumprir esse papel.

Foi talvez apenas pela falta de um bom 9 que perdemos essas finais. A tal diferença avassaladora, eu pelo menos não vi.

Ou estava mais no banco do que em campo.

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Na coluna passada, eu falava da importância da volta do Celso ao futebol, ao menos para evitar desatinos do Mário.

Se considerarmos os períodos do MB como VP de futebol do Peter, e agora, como presidente (acumulando a VP de futebol), quais os jogadores que ele trouxe que podem ser considerados realmente bons? Henrique? Veio com um salário absurdo. Diego Souza? Chegou e saiu em três meses. Ronaldinho Gaúcho? Fui um entusiasta da sua contratação, mas, desprestigiado, também mal esquentou lugar.

A lista se completa com Magno Alves, Wellington ‘me dá um abraço?’ Paulista, e que tais…

Costumo dizer que o MB contrata com o álbum de figurinhas na mão, tentando completar aquelas que ainda faltam. Esse ano, mais uma vez: Egídio… Henrique… Mesmo o Fred, para quê?

A ideia de acumular a presidência do clube e a VP de futebol acaba sendo não só onerosa aos cofres, pelo alto número de contratações ruins, mas tecnicamente limitadora. Cada um desses que chega só fecha a porta para um possível bom reforço, ou para a subida de alguém da base.

E uma notícia de ontem só veio confirmar o problema: Mário quer renovar com todo o elenco. Inclusive Orinho, Caio Paulista, Nenê… Ficar mais tempo ainda com esses caras no time? Para quê?

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Pelo visto, entraremos no Brasileiro com as carências que já sabemos, talvez só o Mario não.

A falta de dinheiro para investir decorre, em parte, desse sem-número de contratações e renovações equivocadas (Igor Julião, Digão, Pablo Dyego, Felippe Cardoso…). Mas seria um impedimento definitivo para a chegada de reforços?

O nosso caso não é para testes, apostas. Para apostar, aposta-se na base.

Por outro lado, com a paralisação decorrente da pandemia, nem dá para avaliar direito quem pode ser um possível bom reforço, a partir de Estaduais capengas. Houve times que se dissolveram, outros mal treinaram para a retomada etc.

Precisamos de titulares para algumas posições, e jogadores qualificados. E há bons nomes, que claramente não terão muitas chances no Brasileiro. Não seria preferível, para eles e para os respectivos clubes, a saída?

Hora de morder a canela de alguns dos atuais primos ricos…

Fiz uma coluna meses atrás sobre isso, não vou recuperar toda a lista que levantei, de jogadores pouco aproveitados no ano.

Mas, um caso pelo menos, vale relembrar. Gustavo Scarpa é hoje quinta ou sexta opção de meio no Palmeiras. Não vai jogar o Brasileiro, ou apenas uns três ou quatro segundos tempos. Em 38 jogos… Sei que muita gente vai torcer o nariz, mas a meu ver seria titular fácil no Flu. Junto com ele, outro meia do Palmeiras seria bem-vindo, Alan Guimarães, que recém subiu da base e tampouco terá chances. Jogador com várias passagens por seleções de base.

Além desses, chamo a atenção para dois jogadores do flamengo: Lincoln (também sempre presente em seleções de base) e Yuri César, ora emprestado ao Fortaleza. Se confirmado o interesse do Flamengo em Gilberto, não valeria a pena pensar em um troca-troca, por esses dois, ou por outros jogadores? Não acho Gilberto imprescindível.

Aliás, há gente na Gávea, na diretoria e na torcida, que adora o futebol do Ganso… Tem tudo para se dar bem no clube de regatas. Sem dúvida, seria o destaque da Lagoa!

Dois meias, dois atacantes.

Elenco fechado para o Brasileiro?

Não…

Porque entrar no brasileiro com um jogador que vem de entregar dois jogos, só mesmo no atual Fluminense…

Egídio titular é PIADA! Deveria era ter sido demitido depois do Estadual.

(E lembro sempre que a diretoria poderia ter escolhido Diego Souza como ‘contrapeso’ do Evanilson. Também é jogador do Uram. E hoje é o artilheiro do Gaúcho. Preferiu-se Egídio e Henrique! CQD…)

O fato é que a retranca do Odair vai precisar de volantes e bons atacantes. Sobretudo, atacantes. E dos que resolvem!

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Ferrugem na Flufest: bola muito dentro! E com clássico Vovô na TV. Um ótimo sábado, uma grande Flufest para nós.

PS: ação da FERJ é o maior cumprimento que um dirigente desportivo carioca pode ter. Força, Mário!

Panorama Tricolor

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