Fluminense 2 x 1 Sport (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, para quem gosta de roteiros eletrizantes, o Roteirista anda animadíssimo desde a chegada de Renato Gaúcho ao Fluminense. Talvez isso se dê em decorrência de alguma memória afetiva. Das quatro vitórias tricolores na temporada, três vieram com gols nos acréscimos, com sangue, suor, lágrimas e explosões de alívio e esperança.

Olhando para a escalação inicial do Fluminense, era possível observar em campo um time predestinado a brigar pelas primeiras posições na tabela. Com a bola rolando, o que tivemos foi um primeiro tempo em que o Sport obteve uma vitória justa, porque foi capaz de entender melhor o jogo, explorar a fragilidade do nosso setor direito defensivo e, por ali, criar três oportunidades claríssimas de gol.

Na primeira delas, Fábio defendeu, na segunda, a bola foi parar na rede. Na terceira, e última, a bola ainda bateu na nossa trave. O Fluminense, por sua vez, criou o dobro de situações de gol, mas nenhuma que se comparasse às rubro-negras. Teve maior domínio territorial, subiu de produção nos minutos finais, mas o fato é que o goleiro deles só fez uma defesa importante.

Eu tento entender por que Renato prefere escalar Canobbio a Serna. Olhando o segundo tempo, entendo menos ainda. A única defesa do goleiro do Sport no primeiro tempo foi em arremate de Canobbio. A primeira jogada de perigo do Flu na segunda etapa, foi de Serna, que o substituíra. O mesmo Serna que entrou na pequena área para escorar de cabeça um cruzamento perfeito de Arias, o melhor em campo na noite deste sábado, e empatar a partida.

Renato já trocara Ganso e Hércules por Lima e Nonato, produto de uma boa leitura de jogo, que recomendava mais intensidade do que paciência. Se o Sport andou se sentindo à vontade no começo da segunda etapa, o jogo virou a partir de então e o Fluminense não mais saiu do campo adversário.

Com muita pressão, o Flu apertou e criou oportunidades, mas a bola não entrava. No único lance de perigo do Sport, o arremate saiu praticamente de dentro da pequena área, mas sem muita força e na direção de Fábio. Àquela altura, seria muito injusto o Fluminense sofrer o gol. Mesmo o empate era injusto pelo que produzíamos, mas o sofrimento é a marca registrada desses dias e valoriza nossas vitórias conquistadas no último suspiro.

No último lance do jogo, Arias recebeu a bola nas costas da zaga em cobrança de lateral, livrou-se do marcador e cruzou na cabeça de Everaldo. Mais uma vez o colombiano desenvolvido em laboratório. É inacreditável esse cara. Inacreditável. Gol do Fluminense. Vitória merecida por 2 a 1.

Teve o lance do pênalti, que eu, honestamente, achei que não aconteceu, ao contrário daqueles não marcados contra Vitória e Botafogo. Mas a regra não tem nada a ver com o lance em si, mas com o fato de que não existe pênalti em Jhon Arias, razão pela qual o árbitro da partida deve receber uma advertência, se me permitem uma ironia em meio à euforia.

O que de melhor eu posso acrescentar é que Serna tem que ser titular. O que fez com o lateral dos caras, que é muito bom, no segundo tempo, foi covardia. Forma uma dupla ofensiva formidável com Fuentes pelo lado esquerdo.

Estou contente com o que vi, apesar do primeiro tempo. Nos 90 minutos, palmas para Arias, Serna, Samuel Xavier, Fuentes, Freites (apesar da falha de posicionamento no gol do Sport, quando deveria ter marcado o atacante, que se lhe antecipou, e não ficar olhando a bola) e para o Roteirista, que anda inspiradíssimo ultimamente. Só falta gol de barriga aos 41 minutos do segundo tempo.

Saudações Tricolores!