Fluminense 2 x 1 Atlético-MG (por Paulo-Roberto Andel)

É indiscutível: o primeiro tempo foi do Fluminense. Inicialmente teve dificuldades para superar o fechado time do Galo, mas depois criou várias chances com Lucas pela direita, Scarpa pela esquerda, cabeçadas etc. Marcou um gol e o outro quatro. Victor trabalhou muito e foi o melhor jogador em campo.

O Flu priorizou o jogo aéreo, mas até antes do gol suas melhores finalizações tinham sido com a bola no chão. Como o futebol aí está a pregar peças, não deu outra: Ceifador de cabeça subindo três metros depois da cobrança de escanteio, 1 a 0 no marcador. Depois disso, o Atlético deu dois chutes perigosos. E quase marcou, mas aí JC trabalhou e defendeu bem a cabeçada à queima-roupa de Elias.

Deve ter sido o primeiro tempo em que Leo tentou mais cruzamentos. Wellington Silva, sumido nos primeiros vinte minutos, mostrou brilho num grande lance para Scarpa, que chutou prensado e quase fez. Marlon Freitas, eficiente. Queria ter visto brilho em Orejuela e Wendel – não falo dos chutes -, mas deixo a cornetagem para os panfleteiros: os jogadores não comprometeram. O Fluminense desceu tranquilo, feliz e merecedor da vantagem parcial. Tentou de várias formas, não se intimidou diante de um time mais caro e experiente (mesmo em má fase), correu, fez jus ao escore. Ah, o Henrique Dourado chegou a 25 gols na temporada. Já pensaram se ele fica por sete anos e mantém a média? Cento e setenta e cinco gols, manos.

Para o segundo tempo, o Flu não mudou. O Galo pôs Valdivia e perdeu o treinador Micalle, expulso no intervalo. O jovem atacante empatou o jogo aos 11 minutos, em bela finalização que contou com o tradicional apagão da defesa tricolor. Neste começo, o time mineiro foi mais presente no ataque. Antes do 1 a 1, Lucas tomou uma cotovelada maldosa de Fábio Santos, tendo que colocar a touca. Os mineiros tomaram as rédeas do jogo, atuando melhor. O Fluminense tinha recuado demais na segunda etapa.

Aos 25, sai Rafael Moura, entra Fred. Será sempre estranho para os tricolores. E Abel resolveu mexer aos 30, colocando Matheus Alessandro em campo em lugar de Lucas e Marcos Jr. na vaga de Marlon Freitas. Hora de decidir.

Valdivia quase fez um golaço, mas Júlio César e o travessão impediram. Luan deu um susto, com a bola passando à esquerda do gol. O Fluminense não se reencontrava com o jogo, mas a torcida não desistia. De perigosa, uma cobrança de falta aos 39. E a última cartada: Peu no lugar de Wellington Silva, opaco na segunda etapa.

Deu certo: Scarpa levantou e Dourado cabeceou no ângulo esquerdo aos 41, sem chance para Victor, desesperando os copones que já preparavam “notícias” e “opiniões categorizadas” nos teclados da vida. Uma grande vitória, não pela técnica, mas pelo ótimo primeiro tempo, pela perseverança, pela aplicação proletária, pela necessidade de se impor e finalmente buscar o primeiro terço da tabela. Pela raça. A vitória de um grande abraço.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: cesar guedes