Fluminense 2 x 0 Botafogo (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, um domingo alegre depois da eliminação frustrante na Sul-Americana. Estreia de Zubeldía como treinador do Prêmio Nobel do Esporte e vitória de 2 a 0 sobre o Botafogo, interrompendo a sequência de derrotas para o nosso mais tradicional adversário.

Zubeldía escalou o mesmo Fluminense da partida da última terça-feira, contra o Lanús, com uma única mudança. Cano no lugar de Everaldo. Uma mudança que trouxe frutos, haja vista ter sido Cano o autor do nosso único gol na primeira etapa.

A escolha do novo treinador se explica de duas formas: apenas dois treinos desde a chegada e o fato óbvio de que é uma escalação de ótimo nível, que massacrou o Lanús na terça-feira durante quase 70 minutos, até o gol de empate e a sequência de devaneios de Renato que a esse fato se seguiu.

O primeiro tempo é contraditório. O Fluminense tem mais volume de jogo, vence por 1 a 0, mas é o Botafogo quem cria as melhores oportunidades de gol. Na segunda etapa, o Fluminense volta até melhor, mais perigoso ofensivamente, sem substituições questionáveis ou estapafúrdias.

Superior ao Botafogo, que não se arriscava muito e deixava que o jogo corresse meio em banho maria, o Fluminense foi tendo o controle, até que o técnico adversário fez três substituições de uma só vez, desequilibrando o jogo fisicamente.

Tivemos uma sequência de lances que evidenciavam o cansaço de alguns jogadores, particularmente Samuel Xavier e Canobbio, que acabaram substituídos, com protestos da torcida pela entrada de Lima e Soteldo.

Tenho minhas restrições aos protestos contra Lima, que tem uma história de boas contribuições para o clube e era a peça mais apropriada para entrar no lugar do também cansado Lucho Acosta. Quanto a Soteldo, é ele que tem que provar estar à altura de jogar no Maior Clube do Brasil, que não foi o que aconteceu mais uma vez.

Após as mudanças, o Fluminense reequilibrou fisicamente a partida, tirando a bola das imediações de nossa área, o que sempre é perigoso. O jogo já caminhava para a vitória tricolor quando Martinelli, com sua frieza e rara categoria, faz um giro – não foi o primeiro lance assim – sobre o adversário, que desmonta toda a marcação do Botafogo, metendo bola magistral para Lima, que dominou na área, cortou para dentro e bateu com categoria no canto direito do goleiro alvinegro, decretando o 2 a 0.

Uma vitória merecida de um time que é muito bom, que figurou esse ano entre os quatro melhores do mundo. Que só precisa ser gerenciado com lógica e bom senso.

Gostei muito da atuação de Lucho Acosta. Hércules foi muito bem e Martinelli dispensa qualquer comentário. Caminha para ser um dos maiores da história do Fluminense, na medida em que por aqui permanece.

Cano é muito mais produtivo do que Everaldo ofensivamente e já mostrara isso no jogo contra o Lanús, se servindo da arte de Riquelme para quase mudar a história da tragédia da última terça-feira, inclusive com uma cabeçada na trave.

Esse Fluminense, sem incoerências, é muito forte e ganhará jardas no Campeonato Brasileiro, enquanto se prepara para a conquista da Copa do Brasil. Esse é o nosso final de temporada. Depende do que venha da cabeça do novo treinador. Se não inventar coisas excêntricas, se não atrapalhar, se trouxer razão e coragem para fazer o time evoluir, podemos ter um 2025 digno de comemoração.

Saudações Tricolores!