Fluminense 120 anos (por Eric Costa)

Nós convivemos juntos há apenas 29 anos de seus agora 120. Sou uma gota d’água no oceano esplêndido que segue suas cores. Mas em cada um de meus dias, você é a correnteza que me inunda e o norte que me orienta. Sem ser cartesiano, é claro, afinal seu nome lhe dá a licença poética da fluidez e da arte.
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Talvez poucos entendam, mas você foi a única linguagem poética que permitiu que eu me conectasse com algumas pessoas que amo. Pessoas que mesmo adoecidas e tomadas pela amargura de uma vida, quando se falava sobre suas cores, vinha à tona apenas o que elas tinham de melhor: a criança interior, vulnerável e inocente. Você é o heroi que permitiu essa relação com outros herois que a vida nos dá muito cedo.
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Suas cores unem. Aglutinam. Você nem sabe, mas já salvou a minha vida. Algumas vezes. Quando nada fazia sentido em uma adolescência vazia de validações e repleta de pedras atiradas, você estava lá. E sempre havia o seu próximo jogo, do qual nada haveria de me afastar.
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Choramos muito juntos. De alegria e de tristeza, de alívio e às vezes se raiva. E nada, nada me envergonha disso. Você exprime o que melhor há em mim.
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Em um outro plano, um dia, que me permitam ter um radinho. De lá, escutarei todos os jogos.
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Parabéns, Fluminense! Há 120 anos, alguém teve a melhor ideia da humanidade.