Fluminense 1 x 0 Juventude (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, o Fluminense precisou de mais de cem minutos para vencer o Juventude, time que briga contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Enfrentamos todas as dificuldades do mundo. Na ausência de Acosta, faltou criatividade ao meio de campo para transformar um frágil domínio em situações de gol.

Não tínhamos Ganso, então tivemos que ir de Lima, que é da posição, porém mais um operário e finalizador, que não tem traquejo para ser o organizador do meio de campo. Cano, mais uma vez, esteve muito mal. Difícil entender por que JK não começou jogando.

Se Serna parecia debilitado pela viagem para defender a Seleção Colombiana, Canobbio viveu noite estabanada, de modo que as jogadas pelos lados não aconteciam, tampouco, sem Acosta, as ações por dentro da defesa gaúcha. Com Martinelli recuado para fazer a saída de três, a única alma lúcida no meio era Hércules, por cujos pés passavam todas as boas jogadas mal acabadas.

O primeiro tempo foi de dar medo e as coisas só começaram a mudar, lançando alguma luz sobre o destino da partida, com a entrada de JK no lugar de Cano. Renê saiu para a entrada de Fuentes, de quem se esperava mais agressividade ofensiva pelo lado esquerdo.

O problema é que o Fluminense até pressionava, mas a falta de criatividade era flagrante. O Juventude quase abriu a contagem em duas jogadas fortuitas, mas já se satisfazia em levar um ponto para Caxias. De tanto parar a partida, acabou pagando um preço caro.

Ainda que o perigo rondasse a área gaúcha, a impressão era de que o jogo caminharia para um empate melancólico. Oito minutos de acréscimos, quase todos em vão. Até que o árbitro decide fazer valer uma regra à qual ninguém dá bola e converte posse de bola demorada de Jandrei em escanteio para o Fluminense, já no último minuto dos acréscimos.

Jandrei afasta o cruzamento e todos esperavam o apito final. Talvez, por esperar por isso, a defesa do Juventude, que fez ótimo bloqueio, durante todo o jogo, das ações tricolores, relaxou. Riquelme, que entrara para fazer partida apenas razoável, recebeu livre entre a linha lateral do campo e a da área perigosa. Tentou o cruzamento, a bola resvalou no zagueiro e, com as bênçãos do Gravatinha, a bola encontrou Thiago Silva livre.

O Monstro tentou um voleio de perna direita, mas a bola saiu meio espirrada. O acidente foi providencial para a bola ganhar altura, tirar Jandrei do lance e morrer na bochecha da rede, levando o Maracanã ao delírio.

Não fosse o gol ter saído, o time, que saiu ovacionado, teria saído sob vaias. Assim é o futebol. Da minha parte, não gostei do Fluminense, mas adorei o resultado. Temos duas brigas a partir de agora: garantir a vaga na Libertadores pelo Brasileiro e encontrarmos uma dinâmica de jogo que nos credencie ao título da Copa do Brasil.

Nesse momento, pelo conjunto recente da obra, o Fluminense está devendo. Vi o jogo do Palmeiras contra o Bragantino. Uma aula de futebol. Todos os clubes que querem ser competitivos no futebol brasileiro e mundial, precisam olhar para o Palmeiras e para o trabalho de Abel Ferreira. É a quintessência do futebol bem jogado, que, obviamente, sumirá no jogo contra o Fluminense, porque eles sempre tremem quando jogam conosco.

Saudações tricolores a quem entendeu e a quem não entendeu.

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