Amigos, amigas, o Fluminense finalmente voltou a vencer no Campeonato Brasileiro, chegando aos 23 pontos e saindo da incômoda 12ª colocação, incompatível com o elenco que temos.
É bem verdade que as quatro derrotas consecutivas não traduziram de maneira fiel o que se passou em campo nos duelos contra Cruzeiro, Flamengo, Palmeiras e São Paulo.
Tirando o jogo contra o São Paulo, devido à escalação e desenho tático equivocados, para ser gentil na adjetivação, em todos os outros não teria sido injusto se houvéssemos pontuado.
A grande expectativa era pelo desempenho de Ganso, novamente titular em uma partida importante para o Fluminense, diante de um adversário que está longe do poderoso Imortal de outras épocas. Tanto é assim, que a única defesa de Fábio no jogo se deu em uma cabeçada em que o atleta gremista estava em posição irregular indiscutível.
Apesar de tudo isso, o começo de jogo foi mais promissor para o Grêmio, que criou, na altura dos 15 minutos, sua melhor oportunidade, após falha de Martinelli, que culminou em arremate perigoso da entrada da área, que passou à direita de Fábio, muito próximo da trave.
Logo na sequência, o Fluminense, até então preguiçoso, física e intelectualmente, começou a encontrar atalhos para chegar à meta adversária. Serna, pelo direita, cruzou na cabeça de Everaldo, lance que se repetiu em outra ocasião ainda no primeiro tempo. Com bola parada, Keno deu uma assistência de ouro para Manoel, que caprichou demais na cabeçada, visando tirar qualquer chance de defesa do goleiro, e mandou para fora.
O gol começou em um lance de bola para. Ganso cobrou escanteio, a defesa afastou e o atleta gremista dormiu no ponto. Guga se projetou e cabeceou a bola de volta para a área, pegando a linha defensiva gremista saindo. Everaldo, que fizera o movimento tático perfeito, acabou servido com açúcar, afeto e o tradicional coro de “chuta Everaldo”. Na verdade, ele apenas desviou a bola do goleiro com um leve toque. A bola ainda tocou a parte interna da trave, antes de morrer nas malhas gremistas.
Aliás, Everaldo, desde o duelo com o Inter, pela Copa do Brasil, vem se transformando no grande personagem do Flu. No jogo de ontem, foi um atacante perigoso e com repertório. Já na segunda etapa, recebeu passe em velocidade pela esquerda, avançou contra dois gremistas, que corriam para trás, livrou-se do primeiro, com um corte para dentro, deixando o adversário descadeirado, e bateu, buscando o canto esquerdo. A bola passou muito perto e teria sido um belo gol.
Voltando à primeira etapa, tem algo com que Renato precisará lidar. Ganso esteve longe de ser o gênio das quatro linhas que conhecemos. Quando está em campo, porém, dita o ritmo do jogo, o famoso “toca, controla, cadencia, acelera”. É uma dinâmica diferente, com mais controle e menos impulsividade para resolver as jogadas. Pareceu-me fisicamente melhor que em outras jornadas, ajudando efetivamente no combate.
Eu tenho certeza de que ninguém entendeu a entrada de Thiago Santos no lugar de Hércules, que sentiu um incômodo, tendo Bernal e Nonato no banco para manterem a dinâmica de jogo. O Fluminense, que dominara o meio de campo ao longo de quase toda a primeira etapa, acabou perdendo aquele setor do campo. Ganso, provavelmente já sentindo o cansaço e perdendo parcerias para dialogar, acabou dando lugar a Lima.
Não houve, porém, o que devolvesse o controle do meio de campo ao Fluminense. Não é a primeira vez que Renato se coloca em risco desnecessariamente. Por sorte, tínhamos Thiago Silva e Manuel em ótima noite, enquanto o ataque do Grêmio tem uma dificuldade descomunal de criar oportunidades de gol. Aliás, Manoel foi uma boa notícia, mostrando que ainda podemos contar com seu futebol. Para falar a verdade, deu até mais segurança do que Freytes, até reproduzindo suas aceleradas de jogo na saída de bola.
Poderíamos ter tido uma vitória mais tranquila se Everaldo houvesse, já lá pelos meados da segunda etapa, convertido o pênalti sofrido por Canobbio, após trapalhada teatral da defesa gremista, que culminou num pontapé bizarro na canela do atacante tricolor, que fez boa partida ao entrar no lugar de Keno, que também fora útil enquanto esteve em campo.
Amigas, amigos, é isso. Infelizmente, o que ainda podemos no Brasileiro é pleitear uma vaga na fase de grupos da Libertadores de 2026, cuja conquista é obrigatória. Caso, evidentemente, essa vaga não venha por meio da conquista da Copa do Brasil ou/e da Sul-Americana. Sem títulos em 2024, é fundamental que o Fluminense leve pelo menos uma dessas taças para casa. Então, contra o Inter, todos ao Maraca.
Saudações Tricolores!