Nem bem pudemos regozijar com a campanha na Copa do Mundo e comemorar o feito de termos dois jogadores na Seleção da competição, a bomba que era esperada caiu, sem informações precisas e com muita firula da imprensa amiga, não muito diferente que a atuação do produto genérico trazido para suprir a saudade eterna que Arias fará ao elenco e torcida.
Sobre a saída do maior craque do time atual, a única fonte confiável é de um jornalista britânico do Telegraph, que cravou a ida dele ao Wolverhampton da elite inglesa, por míseras embora robustas quinze milhões de libras, algo em torno dos dezessete milhões de euros, mais uma venda pífia na história do Fluminense, ainda mais sabendo que, oficialmente, o clube fará jus a, somente, quarenta por cento do valor, que deverá ser pago em suaves prestações.
O reencontro com sua torcida no Maracanã diante de um Cruzeiro na iminência de tornar-se líder do Brasileirão, campeonato que pena por encontrar seu lugar ao sol e, quem sabe, um dia definir o que é e o que quer ser. Pois um dia foi gigante.
Em campo um Fluminense emulando a posse de bola contra um Cruzeiro pronto para dar o bote e sair em velocidade fumegante rumo ao gol.
Arias era a lucidez em meio a uma equipe mais parecendo um mosaico desgrenhado, voltando ao expediente de dois zagueiros, mantendo três volantes e promovendo o novo ponteiro Soteldo, jogador que seremos obrigados a torcer fingindo que não sabemos de sua condição extracampo.
Escanteio para a Raposa, a bola viajou e encontrou Fabrício Bruno livre, sem ser incomodado, para cabecear a bola que rebateu no chão e subiu para estufar a rede no ângulo superior direito de Fábio. O detalhe no lance foi ver o defensor Freytes observando com entusiasmo a bola viajar até encontrar o zagueiro celeste abrir o placar.
Foi um duro golpe no âmago tricolor, que não conseguiu se aprumar, mesmo com a bola nos pés; e foi em uma das descidas que perdeu a posse para a equipe que sairia líder do certame na noite. Com poucos movimentos, Fagner encontrou Matheus que, rolou a bola em diagonal ofensiva dentro da área para Kaio Jorge que entrou em diagonal para apenas deixar a pelota bater em seu pé para bater o goleiro Fábio, fechando o placar aos trinta e cinco minutos de partida.
O Fluminense do segundo tempo foi mais incisivo, rondou a área adversária e empatou três bolas na trave. Tamanho domínio se deu também pela postura do Cruzeiro em praticar o modelo icônico do futebol brasileiro, que é deixar o tempo passar e especular o jogo.
Usando uma lupa, concluímos que o Fluminense não teve organização mínima para superar o adversário, sem criatividade e com sistema defensivo que viveu dias milagrosos no Mundial de Clubes, tendo Ignácio, o que melhor performou por lá, extraído do time hoje.
Dado o apito final, a despedida de Jhon Arias, o mais importante jogador deste elenco, com direito a volta olímpica de tchau dele à torcida e cumprimento aos colegas de trabalho. Foram quatro anos de muita doação e empenho, agora irá experimentar a vida na Inglaterra, onde habita a melhor liga de futebol do mundo.
Sem pompas e circunstâncias, esse jogo marcou a despedida de um dos grandes jogadores da era atual, que chegou ao clube como quem chega do nada, não nos pediu nada, também nada perguntou, agora sabemos bem como ele se chama, foi chegando sorrateiro e antes de termos senões, se instalou feito um posseiro dentro de nossos corações.
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FLUMINENSE 0 x 2 CRUZEIRO
Campeonato Brasileiro – 14ª Rodada
Maracanã – Rio de Janeiro/RJ
Quinta-feira, 17/07/2025 – 19:30h (Brasília)
Renda: R$ 1.781.172,00
Público: 45.681 pessoas presentes
Arbitragem: Rafael Rodrigo Klein. Assistentes: Jorge Eduardo Bernardi e Mauricio Coelho Silva Penna. Quarto Árbitro: Bruno Pereira Vasconcelos.
Cartões Amarelos: Martinelli 58’ (FLUMINENSE); Cássio 67’, Marquinhos 86’ (CRUZEIRO)
Gols: Fabrício Bruno 30’, Kaio Jorge 35’ (CRUZEIRO)
FLUMINENSE: 1-Fábio; 2-Samuel Xavier, 3-Thiago Silva©, 22-Juan Freytes e 12-Gabriel Fuentes (6-Renê 75’); 35-Hércules, 8-Martinelli (45-Lima 75’) e 16-Gustavo Nonato (90-Kevin Serna INT); 7-Yeferson Soteldo (11-Keno 66’), 21-Jhon Arias e 14-Germán Cano (9-Everaldo 66’). Téc.: Renato Portaluppi. 4-3-3
CRUZEIRO: 1-Cássio; 23-Fagner, 15-Fabrício Bruno, 25-Lucas Villalba e 36-Kauã Prates (12-William 63’); 29-Lucas Romero, 16-Lucas Lima©, 88-Christian (34-Jonathan Jesus 88’), 94-Wanderson (7-Marquinhos 79’) e 10-Matheus Pereira (21-Eduardo 79’); 19-Kaio Jorge (9-Gabriel Barbosa 88’). Téc.: Leonardo Jardim. 4-2-3-1