Fluminense 0 x 1 Internacional (por Edgard FC)

Em dia de Jorge para quem é de Jorge: salve, Jorge! E dia de Ogum para quem é de Ogum: ogunhê! Na Sapucaí é mais um dia de desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. Desfiles movidos de data, por conta dos efeitos da pandemia, que continua a assolar e fazer suas vítimas. A todas, meu sincero pesar, pois como diria Henfil, desaprendi a pensar no varejo: só sinto no atacado.

Um Fluminense, que vem se acostumando a ser apenas um mero coadjuvante, enfrentava um Internacional arrebitado, remendado e contingenciado, agora treinado por um dos ícones desse anti-futebol (não) praticado por estas paragens, que é ex da CBF: Mano Menezes, que juntamente a Abel Braga promove o desgosto e desvontade, além do desprazer em assistir aos jogos que promove. Hoje, ambos observados, in loco por aquele que tem grife, mas coaduna e oportuniza o mesmo jogo: Adenor Tite.

Terá Tite arranjado um salvo conduto para estar no Rio em dia de carnaval, com o caô de ir ao Maracanã observar o que nada havia para ser visto? Serei honesto aqui com Nino: esse rapaz não deveria mais estar por aqui perdendo sua carreira, sendo orientado por Osvaldos, Odaires, Marcões, Rogeres e Abéis, mas sim, fazer parte de times e sistemas de jogos propositivos, intensos e modernos. Que consiga sua convocação e seja salvo desse túmulo que é o futebol no Fluminense.

Mais uma vez abusando da sorte e ignorando a inteligência alheia, Braga mandou três zagueiros ao campo, com Willian de atacante.

Com poucos minutos Manoel, um dos tais, sentiu. Era Gravatinha dando uma chance ao Abel mudar o esquema e dar mais vida no meio ou na frente. Mas turrão que só, o senhor assessorado por Leomir, seu fiel escudeiro, repôs com Luccas Claro, e seguimos com a boca banguela do meio para frente.

Já no retorno ao segundo tempo, após um zero a zero desejado por quem odeia futebol, nosso adversário mexeu e trouxe Alexandre Alemão, jovem e esforçado jogador que veio do Avaí e esteve de passagem no Novo Hamburgo para o Gaúchão 2022. E foi dele o gol que sacramentou e encerrou o desfile em campo, com destaque para aqueles que são agenciados por aquele empresário amigo, que nos decretou agradecer um dia por seus feitos.

Minutos depois, Abel ensaiou uma reação e desfez o sistema, colocando Arias no Willian e Luiz Henrique no David Braz. E dezesseis minutos depois, retirou Ganso e Martinelli para promover Fred e Matheus Martins. Porém, como ficamos sem armadores, abusamos da ligação direta, o famoso chutão a torcer para encontrar alguém lá na frente e esse tal dê sequência nas jogadas.

Já Menezes foi amarrando o jogo, substituindo e dando mais vida e mais jovialidade à sua equipe a fim de manter o placar e, quem sabe, beliscar um dois a zero. Qase conseguiu. Já o tricolor se arrastou, tal qual um folião na avenida vestindo uma fantasia pesada após uma chuvarada.

A sensação é de que chegou o carnaval, e ela não desfilou, sendo ela a nossa equipe. Já os gaúchos, creio que após a noite de folia, hão de entoar: ‘Deu pra ti, baixo astral, vou pra Porto Alegre, tchau’.

Por fim, deu para ouvir, na transmissão do canal que detém a transmissão do jogo, os cânticos vindos das arquibancadas pedindo ao Abel e Bitencourt que se dirijam à Marquês de Sapucaí e ‘sambem pra chuchu’.